fonte: douradosagora
Evento na Câmara dos Deputados enfatizou importância da segurança no trânsito e discutiu Lei do Motorista.
A segurança que envolve os motoristas de caminhão e também outros usuários das rodovias brasileiras foi amplamente debatida na quarta-feira (8), durante o XIII Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apresentou números que indicam a necessidade de se definir ações para conter a violência nas estradas do país.
No ano passado, de janeiro a agosto, foram registrados 128.142 acidentes nas rodovias federais, com 5.716 mortos.
Cerca de 34% das ocorrências (44.150) envolveram veículos de cargas, sendo que 819 ocupantes de caminhão perderam a vida.
De forma geral, a falta de atenção está presente na maior parte das ocorrências (49,98%) com todos os tipos de veículos.
Em seguida (11,39%), vem o fato de os motoristas não guardarem distância de segurança.
Segundo o inspetor Stênio Pires, coordenador-geral substituto da PRF, a ultrapassagem e o excesso de velocidade também são fatores que contribuem para acidentes graves nas rodovias federais, inclusive para as ocorrências que envolvem caminhões.
O policial citou um trabalho que vem sendo feito em parceria com o Sest Senat, o Comandos de Saúde, para tentar levar mais segurança para as rodovias.
O projeto consiste em uma espécie de blitz educativa de saúde e é realizado em todo o país ao longo do ano, em diferentes rodovias. Os motoristas são parados em um ponto específico na beira da estrada.
Lá, respondem a questionários e passam por testes de saúde. Também recebem orientações sobre segurança no trânsito e informam, por exemplo, se sentem sonolência diurna, se fazem uso de medicamentos impróprios e qual é carga horária de trabalho diária.
Sugestão
Durante a apresentação dos dados, o representante da PRF e de outras entidades que participaram do seminário da NTC&Logística defenderam que a implementação da Lei 12.619/2012, conhecida como Lei do Motorista, é fundamental para oferecer mais segurança no trânsito.
“Muitos caminhoneiros que atendemos no Comandos de Saúde relatam que, devido à quantidade de trabalho, não conseguem parar para ir a um médico.
E a carga excessiva é um risco para a segurança”, disse o inspetor Stênio Pires.
O presidente da NTC&Logística, Flávio Benatti, afirmou que a implementação da Lei do Motorista é necessária para se levar mais segurança para as rodovias do país.
“A regulamentação da jornada de trabalho e do tempo de descanso para os motoristas de caminhão é fundamental, tanto para preservar a saúde dos motoristas como para a maior segurança no trânsito”, disse.
Na opinião do vice-presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes, a Lei irá contribuir para se evitar tantas perdas em acidentes. “Defendemos a implementação imediata porque haverá um efeito muito positivo.”
Cristina Hoffmann, coordenadora geral de Qualificação do Fator Humano do Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), também destacou a importância da Lei e também de se trabalhar pela educação no trânsito.
Os problemas enfrentados pelos motoristas autônomos, que têm dificuldade de conseguir linhas de crédito para adquirir caminhões novos, foram lembrados pelo presidente da seção de Transportadores Autônomos, de Pessoas e de Bens da CNT, José da Fonseca Lopes.
“É preciso olhar para a situação do caminhoneiro, que não é nada fácil. Temos uma frota muito antiga, com caminhões sem condições de trafegar.
Mas os caminhoneiros autônomos não conseguem um financiamento para renovar a frota. A situação está difícil sim, mas é preciso olhar para a realidade”, comentou. (Agência CNT de Notícias)
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