Dois empresários de Mato Grosso do Sul, Giovane Favieri e Armando Peralta, proprietários de uma produtora de vídeo foram citados na 27ª fase da Operação Lava-Jato, denominada Carbono 14, deflagrada na sexta-feira (1). As investigações são em torno do empréstimo de R$ 12 milhões feito pelo pecuarista sul-mato-grossense e principal controlador da Usina São Fernando, em Dourados, José Carlos Bumlai.
A transação feita por Bumlai ocorreu junto ao banco Schahin, em 2004, e foi feita para beneficiar o PT. A dupla teria movimentado R$ 6 milhões deste empréstimo, segundo relato da procuradoria.
Segundo depoimento do pecuarista no final do ano passado, e empréstimo teria sido utilizado para saldar dívidas da campanha eleitoral de Dr. Hélio (PDT) para as eleições municipais de Campinas (SP) em 2004 por intermédio dos empresários de Mato Grosso do Sul, Favieri e Peralta, que na época foram marqueteiros do então prefeito de Campinas.
Em depoimento dado em 16 de dezembro do ano passado, Favieri afirmou à Polícia Federal que teria recebido dinheiro pela campanha de Campinas de 2004, porém não confirmou a versão de José Carlos Bumlai, de que o dinheiro serviria para caixa dois do Partido dos Trabalhadores.
"Nós (da produtora VBC) recebemos R$ 550 mil, que foi depositado na conta da empresa, mas nunca discuti a origem do dinheiro [...]. Só sei que veio de Bertin e constou como sendo o pagamento de uma conta do PDT de Campinas", disse Favieri à PF, se referindo à Natalino Bertin, sócio de José Carlos Bumlai.
Diogo Castor de Mattos, procurador da Polícia Federal, afirmou que os R$ 6 milhões, supostamente destinados à campanha eleitoral de Campinas, teriam necessariamente que passar pelas mãos de marqueteiros.
Em 2009, Favieri e Peralta tiveram seus nomes atrelados em suposto esquema de corrupção envolvendo empresários, servidores públicos e agentes políticos do Estado. Na época, o MPE instaurou processo para investigar crimes de responsabilidade de funcionários públicos e peculato.
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