Operação Matterello desencadeada na manhã desta terça-feira (2) em Dourados e outras 12 cidades desarticulou grande esquema de tráfico de entorpecentes que abasteciam além de vários Estados brasileiros, países da Europa como Espanha e Itália. Segundo a Polícia Federal, 20 mandados de prisão foram cumpridos e em nenhum deles com a presença dos chamados “laranjas”. As investigações tiveram início em 2011.
“O ponto a se destacar nessa operação é que conseguimos prender “barões” do tráfico. Gente considerada “grande” que trabalhava na comercialização de grandes cargas no Brasil e no exterior”, contou durante coletiva na delegacia regional de Dourados, o delegado Denis Colares de Araújo.
Uma família composta por cinco pessoas que atuava principalmente na região de fronteira, nas cidades de Ponta Porã e Aral Moreira acabou presa. Um empresário douradense também foi levado para a delegacia local. Um vereador com mandato em Aral Moreira também foi preso. Nenhum nome foi divulgado.
De acordo com a Polícia Federal, as ações da Matterello ocorreram também em Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Cuiabá (MT), São Paulo (SP), Avaré (SP), São Vicente (SP), Taquarituba (SP), Pirajuí (SP), Medianeira (PR) e Recife (PE).
Os principais entorpecentes “exportados” pelo grupo eram a cocaína e a maconha. Segundo a PF, o primeiro, comercializado na Europa por até 70 mil dólares [aproximadamente R$ 280 mil].
Longo período
O grupo atuava há mais de uma década e a droga chegava a outros países através do Porto de Santos (SP), o maior e mais movimentado do Brasil.
“Tratavam-se de criminosos com grande poder econômico e de articulação, fato que determinava que os mesmos não fossem alcançados pelas autoridades mesmo traficando por muitos anos”, diz nota da Polícia Federal divulgada pela manhã.
Apreensões
No transcorrer das investigações foram apreendidas aproximadamente quatro toneladas de maconha e 2,7 mil quilos de cocaína. Também foram apreendidos mais de 50 veículos. Participaram da operação, 150 policiais federais.
A ação foi denominada Matterello, por se tratar de um instrumento utilizado para amassar massas em italiano, conhecido como “rolo”. A ideia é que a operação atue da mesma forma que o instrumento quanto à atividade de traficância da organização criminosa.
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