CRISE

Risco de colapso nas contas de MT pode deixar moradores de MS sem benefício

Mato Grosso pode deixar de pagar, a partir de outubro, inativos e pensionistas sul-mato-grossenses que recebem benefício desde a divisão do Estado. A medida, conforme o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), estaria associada ao "colapso das finanças públicas" no país.

Em conversa, ontem, o aliado Pedro Taques (PSDB) admitiu que "não conseguiria mais pagar a folha de pagamento em dia e, inclusive, inativos e pensionistas [do Estado] que recebem de Mato Grosso". Ao menos 972 pessoas, conforme dados de 2014, seriam beneficiárias do repasse.

Diante de dificuldades financeiras, o estado vizinho fechou Termos de Ajustamento de Conduta quanto ao atraso no repasse do duodécimo do Legislativo e Judiciário, bem como estuda redução do expediente em repartições públicas sem desconto no salário dos servidores.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo de Mato Grosso para números atualizados de beneficiados que vivem em Mato Grosso do Sul, mas a solicitação não foi respondida até o fechamento desta matéria.

CALAMIDADE

Junto com outros 20 governadores, Taques estuda decretar calamidade pública para acessar novas linhas e operações de crédito que possibilitem o equilíbrio das contas públicas. Estratégia similar foi adotada, durante os Jogos Olímpicos, para repasse de R$ 2 bilhões ao Rio de Janeiro.

"Se isso acontecer, mostra que os Estados estão quebrados e a imagem internacional do Brasil será prejudicada, perdendo a confiança para novos investimentos", frisou o governador mato-grossense,

Azambuja, por sua vez, reforçou que tal decisão é "medida extrema" a ser precedida da repactuação da dívida dos estados, liberação de R$ 1,9 bilhão do Auxílio Financeiro às Exportações (FEX), bem como das reformas trabalhista e previdenciária.

Composto por governadores de nove estados do Nordeste, sete do Norte, três do Centro-Oeste, Tocantins e Pará o grupo que cogita o decreto se reúne, na próxima segunda-feira, para retomar negociação com o governo federal. Há previsão de que o presidente Michel Temer (PMDB) esteja presente no encontro.

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