O MPT-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) divulgou, nesta sexta-feira (28), o balanço de operações realizadas durante 2021. Comparado ao ano anterior, o resgate de pessoas em situação análoga à escravidão cresceu 17%. Ao todo, 74 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo em fazendas do interior do Estado.
Segundo o Midiamax, comparado a 2020, onde 63 trabalhadores foram flagrados trabalhando em condições mínimas de saúde, no ano passado o MPT instaurou inquérito em nove propriedades rurais do MS. Os trabalhadores são submetidos à rotina precária de trabalho, além de dormitórios precários, com colchões desgastados, falta de alimento e água.
Quando comparado a 2019, o número é de 72%, quando 43 trabalhadores foram resgatados na situação. As operações foram empreendidas com a participação de integrantes do MPT, auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho, além da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar Ambiental e Ministério Público Estadual.
Ontem (27), o MPT informou que 1.937 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo contemporâneo em todo o país. Outras 1.415 denúncias de trabalho escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores foram feitas ao órgão, número 70% maior que em 2020.
Nos últimos cinco anos, a instituição recebeu 5.538 denúncias relacionadas a trabalho escravo e, nesse mesmo período, foram firmados 1.164 termos de ajuste de conduta (TACs), ajuizadas 459 ações civis públicas e instaurados 2.810 inquéritos civis sobre o tema.
Houve fiscalizações em diferentes setores da economia, como a extração da carnaúba, plantações de café e cana de açúcar, garimpos, carvoarias e pedreiras, construção civil e oficinas de costura.
Trabalho escravo doméstico
O trabalho escravo também não está só nas áreas rurais, pois as maiores denúncias e resgate são de trabalhadores domésticos, principalmente de mulheres negras. Segundo estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de 2019, mais de 6 milhões de brasileiros e brasileiras dedicam-se a serviços domésticos. Desse total, 92% são mulheres, maioria negras, de baixa escolaridade e oriundas de famílias de baixa renda.
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