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Quando você larga seu celular, é seu filho que vibra

Meu filho não me dá atenção, nem sequer olha pra mim quando converso com ele. O que eu faço?", disse uma jovem senhora. Começamos a conversar, mas o interesse dela foi desviado pela vibração do aparelho na bolsa. "Me dá licença, preciso responder essa mensagem" e saiu da sala. Ao retornar, colocou o aparelho sobre a mesa e ficava com um olho nele e o outro em mim. Pedi desculpas e disse ser impossível dialogar daquela forma e solicitei para desligar o celular . Quantos anos tem o seu filho?, "sete anos", respondeu a mãe. Pensa na agonia que eu senti. Coitados!

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O ato de parar e olhar nos olhos, sentar para ouvir e dialogar podem fazer a diferença neste mundo digital. É no contato físico e presencial que a percepção do outro vai além do que está na tela do celular ou tablet. " Mas, estou sempre atenta em tudo o que acontece com a minha família, pois tenho vários grupos no whats", podem dizer alguns. Concordo que ficamos informados com o noticiário familiar, mas são apenas palavras. Veja bem: quando alguém escreve uma resposta em CAIXA ALTA, o sininho do alerta toca dentro de nós: "Nossa, por que será que respondeu dessa forma?" E então marcamos uma visita e ao ficar frente a frente com a pessoa descobrimos que as palavras ganharam outro significado para quem leu.

Trazendo para o reduto familiar, local em que encontram os responsáveis pela educação dos filhos, percebe-se que apesar de estarem juntos, pouco sabem da rotina de cada um e pasmem, até mesmo na hora das refeições, o celular tem espaço garantido na mesa, ao lado do prato. É perceptível a diminuição das gargalhadas que tão bem fazem na relação familiar, assim como, o compartilhamento das conquistas do dia, neste ou naquele aspecto da vida. "Jura, você está de férias?", "sim, filho, escrevi no whats, você não leu?", exemplifica a realidade de muitas pessoas. O uso da palavra escrita para se comunicar dentro de casa, ganha força, todas as vezes, que a conversa é deixada pra depois. "Dá um tempo, depois falamos sobre isso". E aí chega a fatura cobrando as dívidas.

Com a tecnologia podemos enviar um abraço, curtir a postagem, aceitar amizade de pessoas que nunca vimos, conversar por "horas a fio", só que dentro de casa, o tempo vai passando e os filhos crescendo. E aí? Sou contra a tecnologia? Ao contrário, faço uso dela, diariamente, é meu recurso de trabalho. Já imaginou ficar sem internet? Pois então: de repente, em casa, podemos nos desligar e nos conectar, presencialmente e amorosamente, com os habitantes do nosso lar.

Recebi uma mensagem num dos grupos que participo e quero concluir compartilhando a reflexão, que segundo o remetente, serve como um alerta às famílias sobre os cuidados com os filhos.

Curta a vida dela como você curte dos outros.

Tem gente solicitando a sua amizade dentro de casa.

A conversa em casa pode passar dos 140 caracteres.

Ele só quer a sua curtida.

Você não vai ver ele crescer, se continuar olhando pra baixo.

83% das crianças se sentem trocadas por um celular. E você preocupado(a) com o tempo que passa fora de casa

Mãe: Qual é a senha pra conversar com você?

Seu filho passa muito tempo na frente da TV?Pois é. Crianças tendem a imitar os pais.

Quando você larga seu celular, é seu filho que vibra.

Tem tarefa que não pode ser transferida e a educação do filho, que inicia desde a concepção, precisa de continuidade durante as fases do desenvolvimento. Educar é um exercício que exige participação de ambas as partes. O fator "estar junto" para o filho é ter a certeza que você sempre terá algo a mais para oferecer a ele. A tecnologia permite você buscar conhecimentos e sensações variadas, mas, é no chão familiar, que a energia do afeto, da atenção, do carinho, do choro, do desabafo, ganham proporções e fazem a diferença na formação emocional e espiritual de cada um.

"A melhor escola ainda é o lar, aonde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter." – Emmanuel – O Consolador.

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