NARCOTRÁFICO

Agente descarta que PCC tenha comandado rebelião em presídio de assassino de Rafaat

Um dos agentes que foram feitos reféns na penitenciária de Tucumbú, em Assunção (PY) nesta quarta-feira (13), Néstor Bogado, descartou que a ação tenha sido comandada por brasileiros. A unidade penal é onde está preso Sergio Lima dos Santos, 34, acusado de assassinar o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani,

Ao jornal paraguaio, ABC Color, Bogado disse que pode identificar pelo menos quatro presos que iniciaram a rebelião. "Eu identifiquei os presos, os líderes; Tenho quatro pessoas identificadas", afirmou, sem dar maiores detalhes.

Ele disse que os nomes daqueles que iniciaram o motim foram repassados ao diretor da penitenciária, mas confirmou que os responsáveis foram todos paraguaios, e não brasileiros como indicado anteriormente. Durante a rebelião nesta quarta-feira, a ação foi atribuída a integrantes da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando Capital), que estão detidos no Pavilhão Nº 5, onde o motim começou,

Ele ainda disse que não poderia dizer se os presos acusados pela rebelião são da ACA (Agrupación Campesina Armada). A facção criminosa paraguaia também tem internos no Pavilhão N°5, onde estão homens considerados perigosos, como integrantes dessas associações criminosas, além de presos por homicídio doloso.

Sobre o motivo do crime, Borgado não indicou ter conhecimento. Mas, falou que teve informação de que poderia ter sido fruto de um suposto ‘ataque surpresa’ realizado nas celas do pavilhão. "Eu não saberia te dizer, mas eles estavam bastante alterados", se limitou ao dizer ao ABC.

Além dele, foi feito refém outro guarda de carceragem identificado como Francisco Paredes. Borgado contou como foram atacados pelos presos. "Entramos no pavilhão e quando chamávamos a lista [de nomes de presos] começaram os golpes e ponta pés", disse, sobre como se originou o motim.

Borgado contou, que levou golpes na cabeça que provocou um corte e também vários golpes nas costas. Os guardas foram feitos reféns e liberados após uma hora e meia pelos presos. No entanto, a tensão continuou no local por pelo menos quatro horas.

O agente ainda disse em entrevista ao jornal paraguaio que desempenha o trabalho de servidor penitenciário há 25 anos, e que neste período nunca passou por uma experiência como esta. Afirmou ainda que se expõe a perigos como este por um salário que mal ultrapassa o mínimo.

Na manhã desta quinta-feira (14), a ministra da Justiça do Paraguai, Carla Bacigalupo, reconheceu a situação precária nas prisões do país até o ponto, segundo mencionou, há risco latente de mais motins, devido a insuficiência na quantidade de guardas.

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