Fonte: G1
Preservar e respeitar a natureza, esse é o principal lema dos índios da Aldeia Araçaí, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Distante a cerca de 50 quilômetros de Curitiba, a aldeia, que é composta atualmente por 90 índios da tribo Guarani, mantém tradições e rituais vividos pelos ancestrais, como a prática de caça e pesca, e os rituais de danças e cura de doentes. A comunidade sobrevive basicamente de doações e do programa Bolsa Família, do governo federal.
Tímidos e religiosos, os índios dançam e cantam diariamente ao som de um violão e de outros instrumentos musicais feitos artesanalmente. O índio e um dos professores da aldeia, Gilmares Guilherme da Silva, explica que existem vários tipos de danças e que elas são realizadas para buscar fortalecimento e para agradecer pelo "pão de cada dia".
Ele explica ainda que a união dos índios é importante para a realização dessas tradições e que toda a comunidade participa, inclusive as crianças.
O G1 publica até sexta-feira (19), Dia do Índio, uma série de reportagens sobre os indígenas que vivem em aldeias de Curitiba e Região. De acordo com a Fundação Nacional dos Índios (Funai), atualmente existem cerca de 15 mil indígenas divididos entre as tribos Guarani, Xeta e Kaingang vivendo no Paraná. Eles estão concentrados em aproximadamente 17 terras indígenas demarcadas pelo governo federal, onde recebem assistência médica, odontológica e educação diferenciada bilíngue.
Desde 2008 a tribo comercializa um CD com 10 canções compostas por vários integrantes da Aldeia Araçaí. Gilmares explica que a produção foi concluída em um dia e que o objetivo, além da venda, é mostrar um pouco da tradição indígena e da língua Guarani, tão apreciada pelos moradores da aldeia. As letras fazem menção ao Nhanderú, Deus indígena.
Na aldeia, a tribo está dividida em 18 famílias e é comandada pelo cacique Laércio Silva e pelo pajé Marcolino da Silva. "Aqui todos têm os mesmos direitos e recebem o mesmo tratamento", conta o pajé.
A área da Aldeia Araçaí fica localizada em uma reserva de proteção ambiental, o que impede que os índios possam plantar alimentos. A renda familiar vem da comercialização de artesanatos - feitos de penas de aves, palhas e madeira - , que são oferecidos para os visitantes na própria aldeia.
"Nós pescamos e caçamos, mas é muito pouco. Somente para o consumo básico mesmo e para manter a tradição de índio. As doações nos ajudam muito para que o alimento nunca falte em nossas mesas", completa o pajé.
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