A manhã de hoje no terminal Morenão foi de alívio dos passageiros que voltaram a usar a integração do ônibus e assim economizar no passe. Por conta da pandemia e do limite de pessoas dentro do coletivo, a população tinha que entrar pela porta da frente e passar o cartão pelas catracas mesmo dentro dos terminais.

Agora, o passageiro volta a passar o cartão apenas na entrada do terminal e não precisa mais repetir esse processo dentro do ônibus. Empregada doméstica, Luciene Batista, de 43 anos, até então não sabia da volta. "Gostei muito, eu pego seis ônibus por dia, três para ir, três para voltar. O que vou deixar de pagar agora vai ajudar a fechar a conta do mês", comenta.

Dona Zenilsa Gonçalves, de 59, também empregada doméstica, ficou sabendo do retorno quando chegou ao terminal no início desta manhã. Até ontem, ela teve de pagar dois passes a mais. "Porque ainda não tinha a integração, estou aliviada que voltou", diz.

Cada passagem custa R$ 4,10, o que para a empregada doméstica Juliana Monique, de 27 anos, pesava sem a integração. Com dois filhos em casa, ela relata que chegou a usar o dinheiro do Bolsa Família para pagar os passes a mais dos seis ônibus que pega por dia entre ida e volta.

"Tem que baixar o valor do passe, está muito caro. Com um passe dá pra comprar uma caixinha de leite pras crianças", compara.

Vendedor, João Luiz, de 53 anos chama a atenção para outro fato: o número de ônibus. Morador do Bairro Roselândia, ele relata que só tem ônibus a cada 1h. "Às vezes demora 1h30 pra passar, não tem ônibus pro trabalhador", questiona.

Depois das 18h, ainda tem o agravante da fila enorme para conseguir voltar para casa. "É cheio e demorado, eu desço na rodoviária e ando mais de 20 quadras pra chegar em casa, assim é mais rápido do que ficar esperando, porque não tem ônibus. A gente precisa de mais ônibus, saímos cansados do trabalho e só queremos chegar em casa logo. A linha 070 é super lotada à noite, está pior do que estava antes da pandemia, tem que colocar mais veículos", conta.

A reclamação também é compartilhada pela atendente Graziela Souza Belarmino, de 19, anos. "Deveria ter mais linhas de ônibus, tiraram por causa da pandemia e está muito cheio na hora de voltar pra casa", reforça.

Secretária, Rosy Leandra, de 47 anos, chegou até a desistir de pegar o 070 na manhã de hoje. Com a liberação total dos ônibus, ela fala que não dá para descuidar. "Ah, dá medo, né? Com a pandemia a gente não pode brincar. Daqui a pouco passa outro e pego ele mais vazio".