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Almoço de Páscoa é o mais caro dos últimos três anos

Consumidor vai pagar mais caro pelo bacalhau com batatas e ovo - Foto: Vitor Faria Consumidor vai pagar mais caro pelo bacalhau com batatas e ovo - Foto: Vitor Faria

Os itens que compõem a tradicional ceia de Páscoa ficaram mais caros. De acordo com um levantamento dos preços de produtos mais procurados para a data, feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10), a inflação do cardápio da Semana Santa, calculada entre abril de 2018 e março de 2019, foi de 17,15%. A alta foi significativa, em comparação ao IPC-10 apurado no mesmo período, que registrou aumento de 4,37%.

Nos anos de 2017 e 2018, o conjunto de alimentos apresentou baixas de 0,36% e 2,61%, respectivamente. Neste ano, a batata-inglesa foi a grande responsável por encarecer o almoço de domingo, com aumento de 78,83% no custo. Outros destaques foram a couve (21,17%), o bacalhau (19,35%) e o atum (10,36%). Para não deixar a tradição da família de lado, a professora Maria Aparecida de Souza, de 51 anos, vai investir nos acompanhamentos:

— Vou continuar a servir bacalhau, mas vou comprar menos quantidade porque vou incrementar com milho, azeitona, ovo, para render. No ano passado, gastei R$ 120 para toda a receita. Agora, devo gastar R$ 150.

O aposentado Ricardo Albuquerque, de 74 anos, espera gastar os mesmos R$ 150, só com o peixe, que pretende servir frito, numa refeição para quatro pessoas:

— Não compro lascas de bacalhau nunca, porque prezo pela qualidade. Se precisar, vou gastar um pouco mais.

Apesar de ser fã do bacalhau português e do bolinho de bacalhau, a auxiliar administrativa Marly Silva, de 59 anos, vai optar por filés de tilápia e namorado para dar um alívio ao bolso. A batata também não vai fazer parte do menu, sendo substituída por arroz, pirão e salada de alface e brócolis.

Segundo o pesquisador do FGV IBRE e responsável pelo levantamento, Igor Lino, os fatores responsáveis pela cesta mais cara foram o impacto do período chuvoso nas lavouras e a alta do dólar. E ainda pode piorar: os preços podem aumentar próximo à Semana Santa, com a maior demanda.

Entretanto, alguns itens tiveram reajustes abaixo da inflação média, como sardinha em conserva (2,83%), azeitona em conserva (2,73%), ovos de galinha (2,08%) e azeite (1,13%).

 

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