União Europeia acaba de suspender a importação de pescado de todas as empresas brasileiras que comercializavam com o bloco. A proibição ocorre um mês após o embargo à carne de frango de 20 fábricas do país, 12 delas da BRF.
Em comunicado, o bloco informou ao Ministério da Agricultura que está "deslistando todos os estabelecimentos pesqueiros e navios brasileiros que ainda são elegíveis para exportar produtos de pesca para a UE".
A exportação de peixe do Brasil para a UE já estava suspensa por iniciativa do governo brasileiro desde dezembro, quando o bloco sinalizou que a fiscalização sanitária das embarcações de pesca do país não estava em conformidade com as políticas europeias.
O Ministério da Agricultura chegou a apresentar um plano para se adequar às exigências da União Europeia, mas o bloco alega que as respostas das autoridades brasileiras foram "insatisfatórias para a maioria das recomendações".
Para a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), o anúncio é uma "morte que já estava anunciada".
"Trata-se de um ataque comercial da UE mascarado por questões técnicas. Eles alegam que o Brasil não tem fiscalização sanitária nas embarcações [pesqueiras], mas isso é um detalhe técnico que não compromete a segurança e a inocuidade dos alimentos", diz Christiano Lobo, diretor de relações governamentais da associação.
Ele critica a postura do Ministério da Agricultura nas negociações com o bloco e diz que uma série de soluções propostas pelo próprio setor foi negligenciada.
Segundo dados da própria Abipesca, o Brasil exporta cerca de U$ 270 milhões em peixes por ano. Desse total, aproximadamente US$ 40 milhões são enviados à União Europeia (ou 14%). O principal produto exportado em quantidade é o atum e em valores, a lagosta.
Já as importações de pescado somam US$ 1,2 bilhão por ano. O mercado brasileiro de peixes movimenta R$ 20 bilhões por ano, ainda segundo a associação.
Comentários