Os donos de pequenos negócios de Mato Grosso do Sul estão retomando o interesse em buscar financiamento junto ao sistema financeiro. Segundo levantamento produzido pelo Sebrae, neste ano houve um crescimento de 4 pontos percentuais na proporção de empresários que buscaram empréstimo ou financiamento novo (22%), em comparação a 2018 (18%).
A pesquisa “O Financiamento dos Pequenos Negócios” foi divulgada em novembro pela instituição e aponta ainda que, em MS, a maioria dos empresários que buscaram empréstimo junto aos bancos conseguiram (48%), seguido pelos que não tiveram sucesso (37%) e ainda há um grupo que está esperando (15%).
A maioria dos que tentaram visaram uso em capital de giro, correspondendo a 54%. Em segundo lugar, 47% dos entrevistados pensaram em utilizar o dinheiro para investimentos, como ampliar a capacidade produtiva, compra de maquinários e reformas. Para 26%, o valor solicitado ultrapassou R$ 60 mil.
Conforme o diretor de operações do Sebrae/MS e economista, Tito Estanqueiro, o uso para investimentos indica um cenário positivo para a economia. “Isso significa que eles estão enxergando indicadores positivos no mercado, como por exemplo, a expectativa de mais vendas ou a redução na taxa de juros”.
Porém, em contrapartida, o número alto de empréstimos para capital de giro preocupa. “É um dos empréstimos mais caros que existem. Isso pode indicar que a situação financeira da empresa não está bem. Então, antes de solicitar o dinheiro, o empreendedor deve se perguntar se é realmente necessário e se o lucro que será gerado compensará o valor emprestado”, orienta o especialista.
Quando questionados sobre o que poderia ser feito para facilitar a aquisição de novos empréstimos, a resposta mais apontada pelos empreendedores de MS foi a redução das altas taxas de juros pagas (50%). Em segundo lugar, está a redução da burocracia (17%).
A expectativa é que em 2020 mais empresários busquem por empréstimo e encontrem uma situação favorável. Segundo o economista, há a previsão da queda de juros da taxa Selic e novas tendências, que possibilitam uma democratização do acesso ao crédito, como a entrada das ESCs (Empresas Simples de Crédito) e as Fintechs, startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro.
“É preciso lembrar que o comportamento dos consumidores mudou, até na busca por crédito. Hoje temos mais opções para suprir a necessidade das Micro e Pequenas Empresas, e até as instituições financeiras tradicionais também têm mudado para atendê-las. Além disso, a expectativa é de mais recursos: já foram aprovados R$ 2 bilhões no FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) para o estado em 2020”, afirma.
Além disso, outros fatores podem ajudar. “Os empreendedores estão encontrando menos burocracias com a Lei da Liberdade Econômica. Vemos uma preocupação do setor público em simplificar processos de abertura de empresas, deixando o ambiente mais propício”, finaliza o diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro.
Acesso ao crédito no país
O levantamento mostra que, após uma sequência de sucessivas quedas no Brasil, houve neste ano um crescimento de 4 pontos percentuais na proporção de empresários que buscaram empréstimo ou financiamento novo (18%), em comparação com 2018 (14%). Em 2015, 24% dos donos de pequenos negócios ouvidos na pesquisa haviam buscado crédito nos bancos.
O estudo “O Financiamento dos Pequenos Negócios” foi realizado entre os dias 22 de julho e 21 de agosto e foram ouvidas 6.001 pessoas em todo o país. Já em MS, foram 234 entrevistados. É possível acessar a íntegra no DataSebrae, pelo link.
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