Há oito meses escondido em Mato Grosso do Sul, Paulo Cupertino Matias, assassino do ator Rafael Miguel, de 22 anos, e de seus pais, era considerado uma pessoa de bom trato pelos moradores do assentamento localizado na zona de Eldorado, a 440 quilômetros de Campo Grande, onde trabalhava como caseiro em uma chácara.
De acordo com o delegado Pablo Ricardo Campos dos Reis, da Delegacia de Polícia Civil daquela cidade, todos ficaram surpreendidos ao descobrirem que ele realmente era. O foragido usava o nome de Manoel Machado da Silva e evitava exposição. “Era um indivíduo pacato. Saía apenas para ir a lotérica ou para comprar cigarro”, disse.
Durante a pandemia, deixou a barba crescer e saía apenas de máscara, dificultando ainda mais que fosse identificado. “Ele teve contato com muitas pessoas por causa do trabalho no assentamento, mas ninguém nunca desconfiou de nada, por isso todos foram pegos de surpresa”, explicou o delegado que ajuda a Polícia Civil de São Paulo.
Pablo explica que as investigações são conduzidas pelo Departamento de Homicídios do estado vizinho, mas diz que a polícia sul-mato-grossense tem prestado apoio. O delegado ressaltou ainda que o dono da chácara responsável pela contratação de Cupertino, identificado como Alfonso Helfenstein é piloto de avião e também é foragido.
“Contra ele há um mandado de prisão por tráfico”, disse Pablo. Alfonso já havia sido preso em 2008 por transportar 300 quilos de maconha. Os dois foram vistos pela última vez na terça-feira da semana passada, onde há registro de pouso e decolagem de uma aeronave na propriedade de Alfonso. É possível que ambos tenham fugido juntos.
No dia 13 de junho de 2019, em São Paulo, Cupertino atirou 13 vezes no ator Rafael, de 22 anos, que namorava a sua filha, e nos pais dele, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, 50. Todos estavam estava na casa da namorada de Rafael quando o crime ocorreu. Paulo não aceitava o relacionamento da filha, que à época tinha 18 anos.
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