COXIM

Bebê morre às vésperas de fazer 1 ano e família suspeita de negligência

Autorizada e enviada pela família, foto mostra como Luísa estava reagindo após uso de antibiótico. - Crédito: (Arquivo Pessoal) Autorizada e enviada pela família, foto mostra como Luísa estava reagindo após uso de antibiótico. - Crédito: (Arquivo Pessoal)

Ainda com as lembranças de uma bebê sorridente que havia começado a dar os primeiros passinhos, o administrador rural Luiz Gustavo Aguillar Steim, de 32 anos, foi até a 3ªDelegacia de Polícia Civil, na Capital, na manhã desta segunda-feira, di 22 de fevereiro, para pedir investigação sobre a morte da filha Luísa Aguillar Steim.

A menina morreu na última sexta-feira (19), no Hospital da Cassems de Campo Grande depois de ser transferida de Coxim em uma UTI aérea. Luísa partiu um dia antes do primeiro aniversário.

A família suspeita de negligência médica e revive as últimas duas semanas, quando a bebê apresentou os sintomas de gripe, responsáveis pela ida ao médico pela primeira vez.

Era uma menina totalmente saudável. Eu tento lembrar de algum fato em que precisei levar minha filha ao médico e não me recordo", diz Luiz Gustavo.

Seguno o site Campo Grande News, Luísa morava com os pais e uma irmãzinha em Coxim, cidade localizada na região Norte do Estado. Começou a ter sintomas no primeiro final de semana de fevereiro, depois de a família passar uns dias na fazenda onde o pai trabalha.

De volta à cidade, a criança foi levada ao médico na segunda-feira (8) com febre e voltou para casa com uma receita de antibiótico para ciclo de uma semana. Após terminar a medicação, voltou a ficar febril no final de semana seguinte e chegou a fazer um teste para covid-19, com resultado negativo. Ao retornar à médica, o antibiótico foi trocado e ela deu sequência ao tratamento.

Na terça-feira (16), a criança teve febre de novo e começou a vomitar, foi quando, por orientação da pediatra, os pais decidiram levar a menininha até o Hospital da Cassems em Coxim. "Repetiram o exame de covid, deu negativo, mas ela já ficou internada", relata o pai.

Ainda segundo o administrador, houve resistência da parte do médico  a entrar com antibiótico, dizendo que "não sabia aonde ia bater" e que o certo seria aguardar a criança responder à bromobrida e dipirona em administração.

Sem melhoras, no segundo dia de internação o pai diz ter questionado o profissional novamente sobre o uso de antibiótico. "Ele falou: 'não, me dá mais um dia'", recorda. Na quarta-feira, Luiz Gustavo entrou em contato com o plano pedindo a transferência da menina para Campo Grande.

Só que negaram dizendo que lá tinha pediatra, que o quadro dela estava estável e alegaram também que ela estava com infecção, mas não tinham administrado o medicamento ainda", conta.

No mesmo dia, outra médica acabou mandando dar antibiótico para Luísa. A melhora, segundo a família, foi sentida na própria quinta-feira de manhã, data em que o pai foi questionado sobre o pedido de transferência da filha. "O médico dela chegou lá questionando o por quê eu tinha pedido transferência. Ele me disse que não 'tratava de papel, tratava de gente' e que aquele era o antibiótico que ele já ia dar mesmo", pontua o pai.

A família relata que a menina acordou bem na sexta-feira (19), rindo e brincando. O pai conta que pediu que fosse solicitado um novo exame de sangue para ver se a infecção já estava controlada. Caso o contrário, ele iria pedir para trazer a filha para Campo Grande.

Enquanto aguardavam para fazer exames, a família descreve que uma enfermeira entrou para aplicar bromobrida na veia e Luísa começou a passar mal. "Quando faltavam 3ml para aplicar, ela começou a chorar, a gritar e depois a convulsionar, foi aquele desespero", descreve o pai. Ele também diz que a menina chegou a ter parada cardíaca e foi reanimada pela equipe médica.

Por volta das 10h da manhã, a família conseguiu que uma UTI aérea trouxesse Luísa de Coxim para a Capital. "Chegamos por volta das 15h, ela estava debilitada, mas ainda viva, quando chegou aqui teve outra parada cardíaca, mas voltou e demos entrada no hospital", relata o pai.

Por volta das 19h, o pai percebeu a demora em ter notícias, momento em que fez uma oração. 

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