Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulga pesquisa que aponta um número assombroso de pessoas desaparecidas na última década, no Brasil. Sãos 693 mil casos no período, 190 por dia e uma média de oito por hora, entre 2007 a 2016. Só no ano passado, 71.796 desaparecimentos foram registrados. O estudo foi feito a pedido do Comitê internacional da Cruz Vermelha.
Em números absolutos, São Paulo lidera as estatísticas, com 211.965 registros de desaparecimentos de 2007 a 2016, seguido por Rio Grande do Sul, com 75.214, e Minas Gerais, com 52.217. Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná e Roraima.
"As pessoas estão desaparecendo e não há uma preocupação em cruzar os dados. Uma pessoa registrada como desaparecida pode aparecer em outro boletim de ocorrência como morte decorrente de intervenção policial, mas esse dado não é cruzado e não se chega à conclusão de que ela foi encontrada morta, por exemplo", disse ao G1, Olaya Hanashiro, consultora sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Como o desaparecimento não é considerado um crime, é feito apenas o boletim de ocorrência e não há investigação até haver uma suspeita de um crime, um homicídio ou um sequestro, por exemplo.
A lei também obriga que o desaparecimento de crianças e adolescentes até 18 anos seja investigado, bem como o de pessoas com transtorno mental, mas segundo a promotora Eliana, apenas o desaparecimento de crianças até 12 anos é investigado no país.
A pessoa precisa fazer o boletim de ocorrência por desaparecimento logo nas primeiras horas que se percebeu isso, já que a chance de encontrar uma criança logo após o desaparecimento é maior. Não é preciso aguardar 48 horas para fazer a denúncia, como muitos acreditam.
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