Construída pelos pais de Paula, lar de paredes coloridas no Santo Antônio viu amor reinar
Resistindo às últimas seis décadas, a casa de Paula Gabilani Soares exala cores graças ao carinho que a família manteve pelo lar de madeira. Construído pelos pais da matriarca, a estrutura serviu de “maternidade” para os filhos e viu o amor renascer em meio às suas paredes.
Construída em meados da década de 1960 no Santo Antônio, a casa recebe novas tinturas constantemente para se manter viva. E, exemplo de que o carinho pelas paredes é algo familiar, Paulo conta que os responsáveis pela renovação costumam ser o marido e um de seus filhos, inclusive, que nasceu por ali.
“A gente nunca pensou em se desfazer dela. Quando meus pais compraram aqui, só tinha o terreno e foram construindo. Eu morei aqui por um tempo, saí e depois acabei voltando de novo”, conta Paula.
Entre as idas e vindas, ela narra que viu as ruas serem tomadas por outras casas e deu a luz para oito filhos. “Três deles nasceram dentro dessa casa, todos cresceram ali. Eu morei quando era mais jovem, depois me casei e morei com meu falecido marido, tive meus filhos e depois a gente voltou para cá e não saímos mais”.
Tendo visto a família persistir, a casa também serviu para ver o amor renascer. Isso porque após ficar viúva, Paula conta que encontrou Francisco Alves de Moraes e, tempos depois, foram as paredes de madeira que acolheram a nova família mais uma vez.
“A gente morava aqui no mesmo bairro, nossos pais eram compadres. Mesmo assim, a gente não se conhecia muito bem, era só assim. Mas já tem mais de 40 anos que a gente tá junto, né, bem?”, conta Paula, se dirigindo para Francisco.
Brincando que o padrasto precisou ser firme mesmo, Ramão Carlos Miranda, conta que Francisco ganhou uma família completa. “Quando ele quis ficar com minha mãe, teve que aceitar os sete filhos todos pequenos. E aceitou mesmo”, diz.
E, assim como ele acolheu as crianças, a família conseguiu renascer sob o teto de madeira. Por um período, o casal decidiu morar em outro bairro, mas conforme Paula conta, o lar havia ficado mesmo no Santo Antônio.
“Nós voltamos porque era melhor, era algo nosso e o bairro é bom. Aí fomos arrumando aos poucos, colocando piso, pintando até que ficou melhor”, relembra Paula.
Sem nem pensar em alterar as características principais, ela explica que o gosto pela construção é coletivo. E, por isso, cada um vai ajudando a manter o lar que viu o amor crescer dentro dela.
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