A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Portulans divulgaram estudo em que apresentam propostas para promover a inovação e a tecnologia no Brasil, no que as entidades chamam de “índice de estar pronto para o futuro”. O Brasil ocupa a parte de baixo do ranking, em 44º lugar entre os 47 países analisados.
A pesquisa sinaliza que o investimento em inovação, tecnologia e talento está diretamente relacionado com os níveis de competitividade. São os casos, por exemplo, da Coreia do Sul e Israel, cuja taxa de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) chega a 5% do Produto Interno Bruto (PIB - a soma de todas as riquezas produzidas pelo país). O Brasil neste índice está com 1,3% na 29ª posição (de 47) neste indicador.
O estudo aponta a importância da criação de uma cultura de investimentos privados, como uma política tributária adequada e tempos menores para abertura e fechamento de empresas, além de mecanismos de facilitação de aporte de recursos em startups (pequenas empresas de tecnologia).
O governo, acrescentam os autores, joga um papel importante no financiamento da ciência, tecnologia e inovação em países em desenvolvidos. Enquanto no Brasil o percentual de aporte de verbas públicas nesta área está em 0,63%, em países mais desenvolvidos como Suécia, Coreia do Sul e Alemanha, situa-se em 1%.
Investimento
O texto recomenda que o país aumente o investimento público em P&D e indica como necessário melhorar a construção de pontes entre os setores público e privado. Essas parcerias podem ser desenvolvidas por meio de grupos com diversos tipos de agentes orientados por missões. As estratégias também podem ser mais efetivas se forem interseccionais do que se forem setoriais, sugere o levantamento.
Nas três categorias apontadas no estudo (inovação, tecnologia e talento), o Brasil possui uma performance melhor no quesito inovação. Contudo, na área de tecnologia, o país tem um desempenho mais fraco. Um dos pontos negativos do Brasil é o déficit em infraestrutura de Tecnologias da Informação e da Comunicação, aponta o levantamento.
Os autores também indicam como um flanco do país a qualidade de suas políticas de ciência e tecnologia. “Para atingir níveis mais altos de competitividade, o Brasil precisa ir para uma política de C&T mais inclusiva para construir um arcabouço que possa guiar essas políticas de forma holística. Ações coletivas para trazer de volta esforços com diversos segmentos podem ajudar o Brasil a voltar aos trilhos nessas importantes áreas”, conclui o documento.
Talentos
O levantamento indica também a necessidade de acompanhar o cenário em transformação das habilidades e competência de talentos. É preciso uma estratégia que consiga promover o aperfeiçoamento contínuo, combinando excelência técnica, boa governança e constante desenvolvimento de talentos.
“Os principais inovadores não são estrelas quando se trata de talentos. Essa tendência global de países ficando para trás em performance sobre talento é um alerta para o Brasil. As projeções mostram que o Brasil ficará atrasado se não investir em treinamento e competitividade de talentos”, recomenda a pesquisa.
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