No final da tarde de terça-feira (23), a Rua 15 de Novembro, em Corumbá, a 419 km de Campo Grande, formou enorme cordão branco em frente à Santa Casa. É no hospital que trabalhou e combateu a covid-19 a enfermeira Rosimeire Ajala, de 44 anos, uma das profissionais de saúde que faleceu por atuar na linha de frente e ser infectada com a doença do novo coronavírus.

Conforme relatou o jornal Diário Corumbaense, era conhecida carinhosamente pelos colegas de trabalho como “Rose Bombom”. Foram 18 anos de trabalho como enfermeira, de acordo com o jornal. Ela trabalhava na maternidade da Santa Casa.

“É uma tristeza muito grande no nosso coração. Ela era alegre, companheira em todas as horas. Sempre tinha uma palavra amiga e a gente sente muito essa perda. Só Deus para confortar o coração de todos”, disse ao Diário Corumbaense Anair Soares de Carvalho, colega de trabalho e amiga de Rose.

Os colegas ficaram um ao lado do outro, com os jalecos, mantendo o distanciamento e o uso de máscaras. A homenagem teve orações e canções religiosas.

“Foi o nosso juramento e vamos continuar na linha de frente.  E enquanto nós estamos trabalhando por todos, fiquem em casa, nada de festinhas particulares, aglomerações, porque nós não sabemos quando vamos estar sorrindo ou chorando, como hoje”, disse ao Diário Adriana Pereira Fernandes, diretora do Sindicato da Enfermagem.

Curva acelerada – A terça-feira teve escalada inédita de mortes, com 9 em 24h em Mato Grosso do Sul. Já são 56 pessoas que morreram pela doença. Com três óbitos por covid-19 registrados ontem, Corumbá teve aumento de 57,8% no número de casos da doença em apenas uma semana. O Estado já tem 5.784 casos confirmados da doença.