O Método Wolbachia realiza desde janeiro a segunda fase do programa com o monitoramento para identificar se houve o estabelecimento dos Aedes aegypti com Wolbachia que foram produzidos pela Biofábrica e soltos em sete bairros de Campo Grande. O Projeto é conduzido pelo WMP Brasil/Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, e participação da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande.
Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a iniciativa representa um verdadeiro alívio para Mato Grosso do Sul, que sofre com a doença há muitos anos. “Apenas os investimentos na ciência e na pesquisa, como o Governo de MS tem feito, poderemos encontrar soluções para combater eventuais epidemias. Mas nós queremos expandir este projeto do Método Wolbachia para outras cidades sul-mato-grossenses como Corumbá, Dourados e Ponta Porã”.
Ao todo foram espalhadas pelos técnicos CCEV/Sesau, 266 ovitrampas – armadilhas - para coleta de ovos do Aedes aegypti, nos bairros em que os wolbitos estão sendo soltos. Nesta etapa estão sendo atendidos os bairros Aero Rancho, Guanandi, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. As liberações são realizadas no período da manhã e são feitas por meio de veículos cedidos pela SES.
A Biofábrica inaugurada em dezembro de 2020, tem como missão a produção de Aedes aegypti com Wolbachia que irão ajudar na redução de casos de Dengue, Zika e Chikungunya no Estado. Sua capacidade de produção semanal é de um milhão e meio de mosquitos com a bactéria Wolbachia. Esta ação reforça as iniciativas da SES no combate à Dengue, Zika e Chikungunya e integra a Campanha “Aproveite a Quarentena e Limpe o seu Quintal”.
No ano passado técnicos da OPAS visitaram as obras da Biofábrica em Campo Grande e avaliaram como positiva a iniciativa e reiteraram à SES, que além das ações de enfrentamento à Covid-19, ministrasse ações de combate ao vetor Aedes aegypti no Estado.
Método Wolbachia
Líder do Método Wolbachia no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira explica que o projeto é resultado da descoberta do WMP de que o mosquito Aedes aegypti, quando contém a bactéria Wolbachia, tem sua capacidade reduzida de transmitir as três doenças citadas. “Campo Grande é uma cidade de médio porte que tem problemas de Dengue e, então, foi escolhida no Centro-Oeste para mostrar que o projeto pode funcionar em diversos biomas do Brasil”.
O pesquisador explica como o Método vai funcionar. “A iniciativa trabalha da seguinte maneira: é feito um trabalho de engajamento para explicar sobre o projeto e tirar todas as dúvidas, e assim ter o apoio de dialogar com a população. Depois entra a fase de liberação dos mosquitos por determinado período, cerca de 16 semanas. Esses mosquitos vão se cruzando na natureza e, com o passar do tempo, haverá uma grande porcentagem do mosquito naquela localidade com a Wolbachia, com isso esperamos ter uma redução das doenças e podemos proteger a população”.
A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.
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