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Com gente querendo pagar vacina, clínicas não têm previsão de chegada

As ligações em clínicas são diárias e até das mesmas pessoas querendo sair na frente

Testes de vacina estão em estado avançado, mas sem finalização. (Foto: Marcos Maluf / Arquivo) Testes de vacina estão em estado avançado, mas sem finalização. (Foto: Marcos Maluf / Arquivo)

Clínicas de vacinação já estão sofrendo com ligações diárias de pessoas que estão querendo sair na frente e se imunizar até mesmo antes da aprovação da tão esperada vacina contra o novo coronavírus. Tem gente ligando até para deixar o medicamento pago, mesmo sem saber quando vai tomar. Por enquanto ainda não há previsão de uma imunizador eficaz, que chegue ao comércio tão cedo.

Alberto Jorge é diretor da clínica Imunitá esclarece que para começar a vender uma vacina, é preciso esperar que passe pela rede pública. “Pela minha experiência, a partir do momento que liberar na rede pública, 2 a 4 meses depois chega nas clínicas”, afirma.

A unidade de vacinação precisou fazer um alerta nas redes sociais, com base em um comunicado da ABCVAC (Associação Brasileira das Clínicas de Vacina). “Foi unânime a resposta de que ainda não existe qualquer previsão de abastecimento no mercado privado”, diz trecho da publicação.

Na Imunitá, de 20 a 30 pessoas ligam na clínica com a mesma pergunta na ponta da língua: “Quando vai chegar a vacina contra o coronavírus”. E não é só lá.

Tem gente que já busca por uma fila de espera e querem até deixar a remédio pago, como na ImunoCenter. “Não tem como fazer isso porque ainda não sabemos nada da vacina, como funciona, qual vai ser o valor”, argumenta Antônio Graciliano, responsável pela clínica.

As clínicas também estão sem resposta. “A gente fica no aguardo igual a todas as outras pessoas. O laboratório que fornecer primeiro, vamos comprar”, explica Rosângela Laier, enfermeira chefe da Vaccini. Lá, pelo menos 5 pessoas ligam questionando a mesma coisa todos os dias.

Na clínica Vaccine Care, tem vozes que são conhecidas, já que a mesma pessoa faz contato. “Tem ligações do dia inteiro. Tem pessoas inclusive que liga todo santo dia, que a gente já até conhece a voz da pessoa. Só que a gente não tá fazendo lista de reserva e isso não vai acontecer”, explica a enfermeira chefe Nataly Corrêa Macedo.

Em todas as clínicas contatadas pela reportagem afirmam que não adianta uma vacina ser aprovada fora do país, que para ser usada aqui no Brasil, só com aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Vacinas já estão sendo testadas na população brasileira, entre elas a de Oxford, a CoronaVac e Pfizer que estão na fase III.

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