Dados do Monitor da Violência indicam que Mato Grosso do Sul tem mais de 21,2 mil presos para menos de 8 mil vagas em presídios. Ou seja, há uma superlotação de 165,5% - a 2ª maior em todo o País. No contexto da pandemia de covid-19, não apenas os que cumprem pena ficam expostos, como também os profissionais que trabalham nas penitenciarias.
Na prática, é como se houvesse mais de dois presos para cada vaga mapeada pelo levantamento. Além disso, esse índice tem crescido ao longo dos últimos anos no Estado, ficando atrás apenas do Amazonas, que detém maior quantidade de presidiários acima da capacidade - são 10,6 mil presos para 3,6 mil vagas.
Vale lembrar que a plataforma, elaborada pelo portal G1, não considera presos em regime aberto que não demandam vagas em presídios.
Bahia é a unidade federativa com menor taxa de superlotação, ajustada em 8,5%, ainda que tenha mais presidiários do que vagas. Por lá, são mais de 13,1 mil presos para pouco mais de 12 mil celas - o cenário se reflete em todos os estados brasileiros, já que a média nacional é de 56% de celas superlotadas.
Conforme o jornal, o levantamento foi feito de acordo com dados das próprias secretarias estaduais de cada lugar. Questionada sobre a condição dos presidiários em território sul-mato-grossense, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) não respondeu até o fechamento desta matéria.
Pandemia - De acordo com levantamento feito pela Agência Pública, 30 das 42 unidades prisionais de Mato Grosso do Sul tiveram casos de covid, registrando pelo menos nove mortes entre detentos, sendo que a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), maior presídio do Estado, lidera ranking nacional de casos positivos da doença entre penitenciárias analisadas.
Conforme informações da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), quase 20% dos mais de 20 mil encarcerados tiveram coronavírus em algum momento ao longo dos últimos 12 meses.
Em Ivinhema e em Dourados, por exemplo, o cenário de superlotação é ainda pior - a proporção é de cerca de três detentos para cada vaga
Apenas no Estabelecimento Penal Masculino de Regime Fechado de Ivinhema, a 280 quilômetros de Campo Grande, 63 presos testaram positivo para coronavírus até início de fevereiro, sendo que 70 pessoas estavam presas no local no final de dezembro do ano passado. Além disso, 11 servidores também foram infectados com covid-19.
Em quase todos os municípios de Mato Grosso do Sul, os presos - que foram incluídos pelo governo federal na lista de prioridades da vacinação - ainda não foram imunizados.
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