DOURADOS

Com número alto de imigrantes, embaixadora fala da urgência em legalizar situação

Maria Teresa Belandria segue agenda hoje e amanhã para tratar de situação de imigrantes em Dourados - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News Maria Teresa Belandria segue agenda hoje e amanhã para tratar de situação de imigrantes em Dourados - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News

Durante coletiva na tarde desta quinta-feira (20/5), a embaixadora da Venezuela no Brasil, Maria Teresa Belandria, falou sobre a situação dos imigrantes que vivem em Dourados - grande parte ilegais - e dos planos para resolver a situação junto ao governo nacional.

Segundo a embaixadora, atualmente existem dois grupos de imigrantes no país, o primeiro são os que vieram antes da pandemia, esses possuem a documentação regular e podem se beneficiar de direitos e oportunidades. Já a outra parte é a que chegou ao território nacional durante a pandemia da Covid-19, com as fronteiras fechadas, eles vieram ilegais e devido a portaria vigente não podem emitir a documentação necessária para se manter no Brasil.

“Essas pessoas acabam marginalizadas e, por não possuir documentos legais, sofrem com a falta de emprego e oportunidades, sendo expostas ao trabalho escravo, criminalidade, tráfico de pessoas e por vezes se submetem a pedir contribuições financeiras em semáforos”, disse.

Os números apresentados pela embaixadora apontam cerca de 5 mil imigrantes da Venezuela vivendo no Mato Grosso do Sul, desses, cerca de 3.800 estão em Dourados, onde apenas 1.765 são regulares. Apesar desses dados, o Mapa da Interiorização disponibilizado pela União dentro da Operação Acolhida, aponta para 2.558 pessoas.

“A crise imigratória na Venezuela já é maior que a da Síria que vive uma guerra civil há 11 anos. São cerca de 6 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo que têm famílias na Venezuela que dependem da renda enviada por eles”, afirma a embaixadora.

Ela diz também que a questão, além humanitária, é de segurança para o próprio Brasil que necessita conhecer as pessoas que vivem aqui, daí a urgência em legalizar a todos.

Maria Teresa Belandria afirma que a embaixada representa o governo interino de Juan Guaidó, e não a ditadura de Nicolás Maduro. Por isso, não há muito a oferecer aos imigrantes uma vez que eles não possuem orçamento.

“Atualmente dependemos dos voluntários, órgãos e instituições que se dispõem a ajudar essas pessoas que estão em situações vulneráveis”, conta a embaixada ao criticar a ditadura de seu país que, segundo ela, possui 320 presos políticos e segue as ordens de Maduro de torturar e estuprar.

Nesta manhã ela esteve em reunião com a prefeitura de Dourados onde pode discutir a situação e possíveis soluções para esses problemas.

“Aqui existem imigrantes de vários países, eu acredito que a melhor forma de abordar a situação é com trabalho conjunto das autoridades para encaminhar a situação até o governo federal”, finalizou a embaixadora.

Maria Teresa continua a agenda amanhã com autoridades locais para tratar da situação e, posteriormente, levar a situação até o governo federal para que os imigrantes iligais possam ser regularizados e viver em melhores condições no Brasil.

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