O churrasco de fim de ano está garantido? Não! Com alta frequente nos preços e último levantamento do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) indicando inflação de 4,92% no valor da carne, da periferia aos bairros nobres, consumidores estão pensando duas vezes antes de definir a compra de algum item.
Michelle Oliveira, por exemplo, que tem 40 anos e é empresária saiu de grande clube de compras esta tarde levando um corte suíno, porque os bovinos estavam impagáveis. “A gente aproveitou a costela suína porque está com preço bom. Mas essas outras importadas deixamos para o resto do pessoal mesmo, os preços assustam um pouco", afirmou.
Para se ter uma ideia, quilo da picanha importada do Uruguai está por R$ 85,97, sendo que uma peça de aproximadamente 1,8 quilo sai por R$ 159,56. Raquete de Angus não sai por menos de R$ 45,47 a cada um quilo e carne suína marmorizada short rib, está a R$64,57 o quilo.
Entre os cortes mais baratos estão os nacionais, como a costela suína, por R$ 23,77 e o contrafilé por R$ 35,90. Já na periferia, o quilo do coxão mole foi encontrado a R$ 33,90 e da agulha, a R$ 25,90.
Em supermercado no bairro Tiradentes, Iran da Silva Nunes, 63 anos, que é eiróeneiro, enfatizou que “com o salário mínimo que recebe não estou nem vivendo, imagina comprando carne”. Para ele, nem carne de segunda está dando pra comprar. “Eu que no fim de ano gostava de fazer churrasco, vou me virar com pão de alho e talvez frango, porque continua também muito caro”, diz.
Fazendo compras em um dos açougues do Mercadão, a diarista Mirna Coelho de Souza, 32, ressaltou que apesar do aumento, ainda está dando pra adquirir. “Dá uma preocupação, mas ainda consigo comprar. No fim de ano a gente costuma comprar contrafilé para assar. O preço aumentou, mas ainda está ok. Se subir mais fica complicado sim, mas acho que esse ano está garantido”, avalia.
Funcionário de um dos açougues, Juarez Soares, 42 enfatizou que o maior reajuste é nas carnes nobres, como a picanha, que subiu de R$ 39,90 e agora está a R$ 56,00. “O pessoal vem sentindo, mas quem compra aqui é um público mais fidelizado. Tem dois tipos, o de balcão e por pedido, que são restaurantes, por exemplo. Esse de pedidos diminuiu por causa da pandemia, mas o de balcão continua mais ou menos o mesmo”.
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