DOURADOS

Com R$ 7 milhões a receber da prefeitura, terceirizada para de atender UTI no Hospital da Vida

Intensicare diz ter R$ 7 milhões para receber da administração municipal - Crédito: Divulgação Intensicare diz ter R$ 7 milhões para receber da administração municipal - Crédito: Divulgação

Terceirizada no atendimento de UTI’s (Unidades de Tratamento Intensivo) no Hospital da Vida, a Intensicare paralisou a admissão de pacientes no local nesta segunda-feira (21/12). A empresa relata dívida de R$ 7 milhões por parte da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados). 

De acordo com a direção da empresa, os 120 colaboradores estão sem os pagamentos de novembro e não há previsão de quitação do 13º salário. Já o corpo médico não recebe desde outubro. 

Um dos representantes, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que a situação é recorrente. 

Ao Dourados News, ele contou ter viajado até Campo Grande e Naviraí na semana passada em busca de medicamentos ‘emprestados’, porque não há mais crédito junto a fornecedores. 

A dívida total da terceirizada é de R$ 4 milhões. 

“Estamos trabalhando no vermelho durante todo o ano e não temos como manter os atendimentos. Chegamos no limite. A marmitaria e a lavanderia também estão ameaçando parar, a empresa que nos aluga respiradores já comunicou a retirada dos aparelhos”, disse. 

Na quinta-feira (17/12), a Intensicare notificou o MPE (Ministério Público Estadual), a Funsaud, prefeitura e Sems (Secretaria Municipal de Saúde), além de conselhos de regulamentação na área de saúde sobre a medida a ser tomada. 

Apesar da promessa de não receber mais pacientes na UTI a partir de hoje, os 20 leitos ocupados atualmente não sofrerão prejuízos de atendimento. “Todos continuam sendo atendidos e recebendo os cuidados, apenas não faremos mais admissões”, contou o representante da empresa. 

O outro lado

O Dourados News procurou o diretor-presidente da Fundação, Jefferson André Rezzadori, que confirmou o atraso nos repasses à Intensicare referentes ao mês de novembro. Ele informou estar dependendo dos valores de competência da administração municipal para realizar o pagamento à terceirizada. 

“Até o momento não houve repasse da Secretaria Municipal de Saúde e estou em contato direto com a Secretaria de Fazenda. Acredito que entre hoje e amanhã conseguiremos amortizar esse valor. Já em relação a essa dívida maior [R$ 7 milhões], acredito que não chega a tudo isso, mas vem de outras gestões da Fundação”, contou. 

Jeferson também cita a diminuição nos recursos destinados à autarquia para justificar os recentes problemas enfrentados em sua administração, como atraso salarial de servidores do Hospital da Vida e UPA (Unidade de Pronto Atendimento). 

“Durante o período de intervenção, os repasses mensais a Fundação eram de R$ 5 milhões a R$ 7 milhões, agora, na minha gestão, diminuiu para R$ 4,5 milhões”, comentou. 

Recorrente

Há pouco mais de um mês, a Intensicare havia ameaçado paralisar as atividades de UTI pelo mesmo motivo. 

Os motivos apresentados na época eram os mesmos: atraso nos repasses financeiros. 

Apesar da intenção de deixar de prestar serviço, a empresa manteve os atendimentos e continuou a admitir os pacientes no Hospital da Vida, referência no atendimento emergencial para Dourados e mais de 30 municípios da região. 
 

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