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Com sete suspeitas de H1N1, Santa Casa confirma risco de epidemia

Durante coletiva na manhã desta quarta-feira na Santa Casa, a direção do hospital confirmou a probabilidade de epidemia de H1N1 em Campo Grande. “É possível, à medida que o tempo fica mais frio há a possibilidade de expansão do vírus”, disse a presidente da Comissão de Infecção Hospitalar, a médica infectologista Priscila Alexandrino.

Até esta quarta-feira, a Santa Casa tem sete pacientes internados com suspeita da doença. Dois deles no CTI (Centro de Terapia Intensiva). Segundo balanço apresentado pela infectologista, de janeiro a junho foram 17 internações e apenas um caso confirmado, o de Edmar da Silva, 41 anos, que morreu no último dia 3.

Priscila explica que o paciente chegou ao hospital no domingo à noite e morreu na tarde do dia seguinte. Ele já estava passando mal 15 dias antes da internação e quando chegou ao posto de saúde, apresentava um quadro atípico para gripe.

A suspeita de H1N1 surgiu quando Edmar passou a sentir falta de ar. “Se acreditou em amidalite. Mas quando ele teve manifestação de falta de ar começou a ser tratado. Ainda não sabemos se havia outra patologia e passou para a gripe”, considera a médica.

Na semana passada o Campo Grande News noticiou que na quarta-feira (6), por pelo menos quatro horas, pacientes do setor de emergência do hospital tiveram contato direto com outros dois internados sob suspeita de H1N1, sem nenhum tipo de isolamento ou proteção.

A situação foi confirmada pela Santa Casa nesta manhã, que garantiu que os pacientes já haviam sido transferidos e que se encontram isolados a 1m de distância dos demais, nos setores onde permanecem internados.

Conforme a diretoria da Santa Casa, desde que o paciente entra com a suspeita, são utilizadas as precauções determinadas pelo Ministério da Saúde, além da distância, a higienização das mãos. A Santa Casa não conta com setor de isolamento e os profissionais que têm contato direto com pacientes entubados ou que estão sob ventilação mecânica, fazem o uso de uma máscara específica, a N95.

“Todos os casos suspeitos são tratados como H1N1, por precaução, porque a gente sabe que o vírus está circulando”, explica a infectologista.

Os pacientes que estão com a suspeita da doença têm o material colhido dentro da Santa Casa, através de aspiração nasal e encaminhado ao Lacen (Laboratório Central do Estado).

Quanto ao uso da máscara N95, a Santa Casa explicou que o material é de uso único, mas pode ser utilizado por até 30 dias, de acordo com a saturação.

A presidente da Comissão tranquiliza dizendo que a população em risco foi imunizada durante a campanha. “Profissionais de saúde foram imunizados, idosos, gestantes, crianças. Na última epidemia tivemos mais casos nesta população que foi imunizada agora, por isso o Ministério da Saúde determinou as vacinas a esse público”, explicou.

A vacina imuniza contra a gripe sazonal e o vírus H1N1, no entanto, a população não está vacinada contra o tipo H7N9, que ainda não foi constatado em Campo Grande. “São duas enzimas que sofrem mutações e o problema é que a população não está imunizada para esse novo vírus que se formou e neste momento é que podemos ter um aumento do número de casos”, completou Priscila.

Em todo o Estado apenas uma morte foi confirmada como gripe A, de Edmar da Silva. Ainda há duas mortes em investigação, de Walfrido Maciel, 45 anos, em Corumbá e outra em Campo Grande.

Conforme o último balanço divulgado no dia 10, pela Secretaria de Estado de Saúde, foram 129 casos da doença notificados e apenas cinco deles confirmados. Em menos de um mês os números da doença mais que dobraram. O primeiro balanço divulgado, no dia 17 de maio, continha 56 casos sob investigação.

fonte: Campo Grande News

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