PANDEMIA

Comitê diz que Dourados não é epicentro do novo coronavírus e descarta lockdown

Médico Ricardo do Carmo Filho diz que doença afetou sobretudo douradenses de meia idade, economicamente ativos - Crédito: Reprodução/Facebook Médico Ricardo do Carmo Filho diz que doença afetou sobretudo douradenses de meia idade, economicamente ativos - Crédito: Reprodução/Facebook

Membros do Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 em Dourados negam que o município seja um epicentro do novo coronavírus (Covid-19) e garantiram não haver qualquer planejamento para decretar lockdown por causa da pandemia.

Em entrevista exibida nas redes sociais da prefeitura na manhã desta sexta-feira (29), foi detalhado que há 235 casos confirmados da doença, com uma morte, 50 pacientes recuperados, 170 em isolamento domiciliar, e 14 internados - nove em leitos de enfermaria e 5 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Agora, são 175 testes positivos entre moradores do perímetro urbano, dois nos distritos rurais, 58 na Reserva Indígena e 33 em outras localidades não detalhadas, com 184 casos considerados ativos, ou seja, de pessoas diagnosticadas e ainda não curadas.

Somente nas 24 horas transcorridas entre as manhãs de quinta-feira (28) e de hoje foram 15 novos testes positivos. O drive-thru implantado no 2ºGB (Grupamento de Bombeiros Militar) confirmou 12 e descartou 11, nas unidades gripais o único teste foi descartado, a Vigilância Epidemiológica teve dois positivos e 14 negativos, não houve nenhum entre indígenas, um confirmado e 8 descartados nas internações, e 16 descartes entre funcionários de saúde e segurança.

Segundo o advogado Alexandre Mantovani, assessor especial e porta-voz da prefeita Délia Razuk (PTB), em Dourados hoje não há nenhum planejamento, orientação ou debate sobre lockdown.

“Dourados é de fato uma cidade precursora, que tem mostrado planejamento inclusive copiado por outros municípios. Hoje estamos muito mais suscetíveis a medidas de flexibilização”, afirmou.

Já o médico Ricardo do Carmo Filho justificou a ampliação do horário de toque de recolher (agora das 20h às 5h) determinada pela prefeita porque no início da semana foi percebido aumento na ocupação de leitos hospitalares, segundo ele fruto de falha da população na aglomeração.

Ao citar estudo segundo o qual as medidas de restrição geram redução de até 18% na transmissão do vírus, informou que o decreto mais recente coincide com a queda das internações. “Não estão aumentando as internações e a gente está mantendo o platô de diagnósticos, não estamos subindo com mais de 30 casos que foi na segunda-feira”, disse.

O médico também ressaltou que “epicentro é quando se coloca um surto sem controle, sem muitas ferramentas de contenção”.

“Não é o contexto de Dourados. Vigilância em Saúde vai ser encorpada em parceria com a UFGD. Vamos atuar com mais equipes volantes para coletar, e Dourados não impacta só nos números do município. Tem uma microrregião que vai impactar em Dourados e temos um trabalho para conter também nessa microrregião. Esse modelo que a gente traz hoje, do distanciamento seletivo, tem protegido nossos grupos de risco, idosos. Perfil populacional de Dourados traz situação de pessoas de meia idade, com menos de 60 anos e que teoricamente conseguem cumprir o isolamento domiciliar porque a gente está atuando nesse público. A epidemia não escolhe, mas escolheu esse público de Dourados, do trabalhador. Graças a Deus foi esse primeiro público e a gente conseguiu conter”, ponderou.

Ricardo do Carmo Filho informou também que há três dias não há nenhum caso positivo de Covid-19 entre douradenses que trabalham no frigorífico JBS, e na BRF não tem casos há dois dias. “Estamos há cerca de dois dias sem casos de indígenas em Dourados”, acrescentou.

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