PORTO MURTINHO

Contorno rodoviário garante agilidade e exportação recorde em hidrovia

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O contorno rodoviário de 7,19 km construído pelo Governo do Estado em Porto Murtinho, com investimentos de R$ 25 milhões, disciplinou o tráfego pesado e deu maior rapidez na chegada das cargas aos dois portos em operação, facilitando movimentação de cargas por até 17h ininterruptas. O acesso permitirá que os operadores ganhem em agilidade e antecipem a saída dos comboios nos próximos cinco meses em que o Rio Paraguai é navegável.

Com estimativa de exportar 940 mil toneladas este ano – mais de 90% de soja e cimento – os terminais da FV Cereais e da Agência Portuária de Porto Murtinho (APPM) vem trabalhando com carga máxima para garantir escoamento de toda a produção contratada até o mês de setembro. A partir deste mês, segundo previsões, o nível de água da hidrovia não permitirá o trânsito de comboios devido à baixa recuperação da bacia do Rio Paraguai por falta de chuvas.

“Estamos no pico da safra de soja e aceleramos as exportações antevendo dificuldades de navegação, com o rio já dando sinais de desnível”, disse Genivaldo Santos, gerente de operações da FV Cereais. Ele avalia que o contorno rodoviário dará a resposta ao terminal quanto a manutenção dos estoques no armazém, permitindo a operação simultânea de quatro comboios com um carregamento médio mensal de 64 mil toneladas de soja.

Na avaliação do secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, investimentos como este são estratégicos e de efetivo resultado. "A modernização em todo o Estado passa por um ponto muito importante, que é a Rota Bioceânica. Neste sentido, Porto Murtinho é fundamental como importante polo de exportação dos nossos produtos, das nossas commodities, potencializando nosso setor produtivo em um ciclo positivo de geração de renda e empregos”, destaca.

MS mais competitivo

A obra executada pelo Estado consolida o projeto de expansão da capacidade portuária e de incremento da Hidrovia do Rio Paraguai, que se transforma em importante rota para escoamento da produção para os mercados internacionais, com translado nos portos da Argentina e do Uruguai. O acesso conta com faixas de rolamento de 3,5 metros de largura e acostamentos de 2,5 metros e atende aos portos em operação e às futuras instalações alfandegárias e de descarga, que somam três novos empreendimentos.

“A infraestrutura é fundamental, além de tirar o tráfego de dentro da cidade, evitando transtornos à população e desgaste do pavimento urbano, proporciona oportunidades de geração de empregos e crescimento e melhorias no escoamento das riquezas que são produzidas na região Sudoeste do Estado”, descreve o governador Reinaldo Azambuja. “A logística pela hidrovia reduz custos de produção e nos torna mais competitivos.”

Para o secretário Jaime Verruck, da Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), os investimentos em obras estruturantes em Murtinho refletem a estratégia do Governo do Estado de potencializar a vocação da região, entendendo a Hidrovia do Paraguai como canal natural e vital para oportunizar e ampliar as exportações a mercados extremamente demandantes.

“Temos dois novos portos em processo adiantado de licenciamento e buscamos diversificar a atividade portuária com incremento às importações de combustíveis e outros insumos”, disse. “Estamos reforçando a estrutura logística de Murtinho, eixo da Rota Bioceânica que abrirá caminho para os produtos brasileiros ao Pacífico com destino ao mercado asiático, facilitando também o dia a dia da cidade e garantindo qualidade de vida à população local.”

Acelerando exportações

A movimentação dos caminhões ganhou fluidez e desembaraços, com redução de tempo para a descarga e sem filas entre o Centro de Triagem Mécari, megaestrutura privada que disciplinará o fluxo com um estacionamento para 400 veículos, e o pátio dos terminais. “Hoje operamos das 6h às 23h, quando os caminhões passavam pelo centro da cidade o horário era limitado. O benefício final do contorno é gigantesco”, assinala Genivaldo.

A FV Cereais, com capacidade de estocagem para 30 mil toneladas de grãos, está recebendo uma média diária de cinco mil toneladas de soja e até o início desta semana estava com 12 mil toneladas armazenadas. O terminal voltou a operar a pleno a partir de 15 de fevereiro e já exportou 136 mil toneladas da matéria-prima, com destino aos portos de San Lorenzo, na Argentina. O grupo tem contratado 400 mil toneladas e pode chegar a 700 mil toneladas este ano.

Agência Portuária de Porto Murtinho (APPM) retoma as exportações de soja em maio (180 mil toneladas) e está operando atualmente no transporte de cimento (fábrica em Minas Gerais) para as obras de pavimentação do trecho do Paraguai da Rota Bioceânica, entre as fronteiras com o Brasil e a Argentina, com estimativa de 60 mil toneladas. O terminal projeta armazéns terceirizados em 2022 para atender clientes de minério de ferro e material de construção civil.

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