O reforço da imunização contra covid-19 com vacinas de mRNA, como a Pfizer, oferece maior proteção em quem foi vacinado com CoronaVac do que repetir a vacina produzida no Instituto Butantan, na terceira e na quarta doses. A efetividade da vacinação com doses heterólogas (de tecnologias diferentes) tem sido comprovada por cientistas ao longo do ano. Estudo publicado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) na revista científica Nature Communications traz novas evidências nesse sentido.
Os resultados da pesquisa mostram que a vacinação com duas doses da Coronavac, sem reforços, quase não fornece proteção contra a covid-19 leve causada pela Ômicron, e uma proteção de 40% a 50% contra formas graves da doença.
Quando é adicionada uma dose de reforço da CoronaVac, a proteção contra os sintomas leves da covid-19 não sobe, enquanto a proteção contra sintomas graves aumenta para 74%. Para as pessoas com 75 anos ou mais, porém, a dose de reforço com a CoronaVac, em quem já havia recebido essa vacina no esquema primário, não é capaz de elevar a proteção contra a forma grave além de 50%.
O estudo indica que, por outro lado, o reforço com a vacina de mRNA forneceu proteção adicional maior tanto contra a forma sintomática quanto contra a forma grave da doença (56,8% e 86%, respectivamente). Além disso, a proteção pareceu perdurar por pelo menos quatro meses, segundo os pesquisadores. No caso do Brasil, a única vacina de mRNA disponível contra covid-19 é a desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech.
Os pesquisadores observaram dados de dezembro de 2021 a abril de 2022, em uma análise que incluiu os 5.570 municípios brasileiros. As bases de dados utilizadas para os casos de covid-19 foram o e-SUS e o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), e a de vacinação foi o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
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