Abrir o próprio negócio é uma decisão de risco. No entanto, é uma aposta que pode impulsionar a economia, gerar renda e, principalmente, aumentar as oportunidades de empregos.
Com as medidas de correção adotadas pelo governo para retomar o crescimento do País, os micro e pequenos empreendedores foram beneficiados.
Prova disso foi o plano Crescer sem Medo, que possibilitou o crescimento e criou novas oportunidades para uma grande parcela de pequenos empresários.
Lançado em outubro do ano passado, o pacote de medidas estimula os "campeões nacionais do emprego". Entre os benefícios estão as linhas de crédito especiais, a redução da burocracia e a simplificação tributária como forma de melhorar o ambiente de negócios.
Na quarta-feira (4), mais um pacote foi lançado, com recursos na ordem de R$ 9 bilhões para novos empréstimos e financiamento de dívidas para micro e pequenos empresários. Além disso, o Governo do Brasil também revitalizou o Portal do Empreendedor e lançou um novo programa para qualificação profissional.
Sonho e realidade
Como forma de unir uma paixão com a vontade de fazer negócios, um grupo de entusiastas da cerveja artesanal viu no crescimento do consumo uma oportunidade para deixar a estabilidade de empregos convencionais e se jogar no mundo do empreendedorismo.
"Eu virei empreendedor em 2014. Na época, eu era um funcionário do Sebrae. Tangenciava o tema do empreendedorismo, mas é muito diferente você trabalhar com empreendedorismo e se tornar empreendedor", afirma Eduardo Golim, sócio da microcervejaria artesanal Corina, de Brasília.
Na avaliação dele, a experiência como funcionário da principal fomentadora de pequenos negócios do País foi rica, mas foi preciso ir além para vencer o difícil sistema tributário brasileiro e a complexidade de se manter um empreendimento.
"Qualquer iniciativa que venha – seja do governo local, seja do governo do Brasil – para incentivar a cultura do empreendedorismo, incentivar e mostrar que realmente um País só se faz a partir da produção privada... eu acho extremamente relevante", afirmou o empreendedor.
Para Heitor Heffner, sócio da microcervejaria, a falta de conhecimento sobre empreender – mesmo com o auxílio de iniciativas do Sebrae – assustou, mas o interesse e a demanda cada vez maiores do brasileiro por cervejas artesanais e especiais compensaram as dificuldades.
"O mercado está amadurecendo. Se a gente pegar três anos atrás, quando a gente começou na Kombi, já é um patamar totalmente diferente", diz. "Eu acho que 2018 ainda é um ano de crescimento", estima.
Passo a passo
Microcervejarias crescem no BrasilQuando a Corina começou, há cerca de três anos, o grupo se valia dos grandes espaços da capital federal para vender chopes em uma Kombi adaptada.
Contudo, a partir do envolvimento com o setor, o empreendimento virou um importante alicerce para as demais cervejarias de pequeno porte de Brasília.
Isso porque o modelo de negócios da cervejaria é "cigano", isto é, a Corina utiliza espaços de outras fábricas de cerveja para desenvolver o seu rótulo e de seus parceiros.
Esse é um sinal do crescimento acelerado do consumo de cervejas artesanais no Brasil, conforme chama atenção Carlo Lapolli, presidente da Associação Brasileira das Cervejarias Artesanais (Abracerva). "O Brasil passa por uma grande revolução na cerveja artesanal, cresceu muito nos últimos 10 anos.
A gente cresceu quase que cinco vezes no número de cervejarias e chegamos agora no mês de setembro a 650 fábricas de cerveja artesanal", apontou.
De acordo com ele, há ainda entraves burocráticos, especialmente em relação à tributação, mas a medida do projeto Crescer Sem Medo, que permite que as microcervejarias sejam tributadas pelo Simples Nacional, é um primeiro passo em direção ao desenvolvimento.
"Eu acredito que a gente já teve um grande avanço. A partir do ano que vem, as cervejarias podem optar pelo Simples", aponta. "Isso não vai atender a uma boa parte das cervejarias, mas é um inicio de um trabalho", diz ele.
Posição de importância
De acordo com dados do Sebrae, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 98,5% dos empreendimentos brasileiros, com uma participação de 27% no Produto Interno Bruto (PIB).
Com o tamanho dessa participação na economia brasileira, os micro e pequenos empreendedores são os maiores responsável por garantir emprego e renda no Brasil.
De janeiro a agosto, os pequenos negócios acumularam um saldo de 327 mil empregos formais gerados, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
Já as médias e grandes empresas não tiveram resultado semelhante: sofreram com o corte de 182,4 mil postos de trabalho no mesmo período.
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