Brasil

Crescimento do Brasil é o menor entre os países do Brics

Folha Política

O crescimento da economia brasileira em 2012 foi o pior entre os países do Bric (bloco que inclui também Rússia, Índia e China) e ficou acima apenas do resultado na Europa. O resultado também é bem mais tímido que os de outros países da América Latina que já divulgaram os seus dados para 2012, como o Peru e o México. Para um analista, o desempenho do Brasil prejudica atratividade do País como parceiro comercial no âmbito regional. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,9% no ano passado, a economia da China avançou 7,8%, a da Índia cresceu 5,0% e a da Rússia subiu 3,4%, sempre na comparação de 2012 com 2011. A economia mundial, por sua vez, cresceu 3,2%.

O resultado mantém o Brasil na lanterna dos Brics, posição que País ocupa desde 2011, depois de ser ultrapassado pela Rússia. No ano passado, os quatro países viram suas economias desacelerar.

Somente as economias europeias tiveram desempenho pior do que a brasileira. A zona do euro como um todo teve recessão de 0,5% no ano passado . Cresceram pouco a Alemanha (0,9%) e a França (0,1%), enquanto tiveram recessão, com queda no PIB, Portugal (-3,2%), Itália (-2,2%), Espanha (-1,4%) e Reino Unido (-0,1%). Nos Estados Unidos, o PIB deve ter crescido 2,2% em 2012.

A África do Sul também cresceu mais do que o Brasil, com avanço de 2,5% no PIB no ano passado. Na América Latina, o México cresceu 3,9% e o Peru, 6,4%. Na Ásia, a economia japonesa avançou 1,9% e, a da Coreia do Sul, 2,2%.

Na avaliação de Paulo Lira, superintendente da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, o resultado tímido do Brasil torna o país menos atrativo como parceiro comercial para os demais países sul-americanos.

"O grande problema do PIB a 0,9% é do ponto de vista da integração regional. O Brasil, como maior economia do subcontinente, deveria ter papel de promotor do desenvolvimento dos outros países, ser a locomotiva que puxa esse bloco", diz o economista ao iG . "Quando o país cresce nessa velocidade, faz com que os outros países busquem seus objetivos estratégicos via outros parceiros, como a China".

Para o coordenador de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Luís Olinto Ramos, é impossível afirmar, pela comparação internacional, que as demais economias emergentes são menos afetadas pela crise internacional do que a brasileira. "Olhando 2012, o que a gente pode analisar é que há um crescimento pequeno de importações e exportações. Então, a relação com o resto do mundo, mal ou bem, teve algum problema", afirmou Olinto.

Além disso, segundo ele, seria preciso verificar, no detalhe, como foi a composição do crescimento dos demais países. "Onde o México cresceu? (A economia) do México é fortemente baseada em exportação para os EUA. Para explicar o México, teria de entender melhor a economia de lá", declarou Olinto.

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