Na Capital

De atendente em delegacia, servidor que defende MS virou protagonista de filme

Quem passar por uma repartição pública de Campo Grande e for atendido pelo agente patrimonial Anderson dos Santos, 34 anos cuidado: jamais fale errado o nome do Estado! Sem querer, se esquecer o "Sul" você pode “comprar uma briga” daquelas. "Isso é desrespeito da população", justifica.

O curioso é que por ironia do destino e a ajudinha de um curso de atores, o servidor público se transformou em protagonista do filme ‘Do Sul’, que fala da confusão dos nomes MT e MS.

Outra coincidência é que Black, como é conhecido, é a primeira pessoa que encontramos ao entrar na Defurv (Delegacia Especializada de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos), onde faz plantão como atendente. Na vida real trabalha para a "lei" e no filme é um pistoleiro sanguinário.

Sobre as confusões que deram origem ao filme, ele diz que “o desconhecimento da nossa geografia deveria ser uma vergonha. E digo falta de respeito, principalmente porque as pessoas que chegam ao Mato Grosso do Sul deveriam se informar melhor, sobre como falar, como é, da mesma maneira que a gente entra na casa de alguém e se informa sobre o nome das pessoas, até mesmo como elas gostam de ser chamadas”, reclama Anderson.

Paranaense por nascimento, mas morador de Campo Grande desde 1987, ele conta que a paixão por atuar é antiga, algo que ele aliou a briga pelo nome correto do Estado e rendeu um personagem no filme. “Faço um cuiabano que é primo do Jacaré, que mora em Campo Grande. Ele veio tirar férias, se divertir, porém acabou comprando a briga pelo Estado ao ver diversas pessoas falando errado”, comenta o ator.

O convite veio do diretor de curtas-metragens Fábio Flecha. Antes, Anderson fez um curso para atores da TV Globo e, a partir daí, participou do filme Inês e outras propagandas de televisão. “Fiquei conhecido pela propaganda da Soldamaq há cinco anos. A partir daí, os trabalhos na área só foram aumentando e recentemente, em quatro dias, fizemos a gravação do 'Do Sul', além de alguns takes em uma rodovia”, lembra Anderson.

Pronto, o filme já foi transmitido em alguns locais da Capital e agora permanece na versão Web. “Em quatro dias, tivemos mais de sete mil visualizações. Acho que as pessoas vão gostar bastante, até do sotaque para falar quietinho, quietinho. Ou avisa pro titio que vai ter peixada lá em casa”, brinca o ator.

A profissão oficial ele alia com a atividade de ator, considerada uma diversão. “O próximo filme vamos falar do saci, diferente do vampiro americanizado. E mesmo assim, vou continuar defendendo a maneira correta de se falar do nosso Estado”, finaliza o ator lembrando para ninguém esquecer que se trata de "Mato Grosso do Sul".

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