OPERAÇÃO CHACAL

Defesa cita vida familiar em Dourados e quer evitar transferência de sócio de 'Cabeça Branca' para Goiás

Operação Chacal cumpriu mandados de busca e apreensão em casa luxuosa no Residencial Ecoville 2, em Dourados - Crédito: Divulgação/Polícia Civil Operação Chacal cumpriu mandados de busca e apreensão em casa luxuosa no Residencial Ecoville 2, em Dourados - Crédito: Divulgação/Polícia Civil

A defesa de Charles Miller Viola, de 46 anos, preso no domingo (16) por uso de documento falso e apontado como sócio do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o ‘Cabeça Branca’, quer evitar que ele seja transferido para Goiás, onde tem condenação a pena de 12 anos de reclusão em regime inicial fechado por homicídio.

Ele também foi alvo da Operação Chacal, que resultou em mandados de busca a apreensão cumpridos na segunda-feira (17) por equipes do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) de Campo Grande e do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Rio Brilhante em uma mansão localizada no Residencial Ecoville 2, condomínio de luxo construído na região Norte de Dourados.

Na quarta-feira (19) a Polícia Civil divulgou balanço dessa ação que durou mais de 6 horas e detalhou ter apreendido “vasta documentação com indícios da prática de lavagem de capitais, veículos, joias, além de equipamentos de informática, aparelhos celulares e grande quantidade de dinheiro em espécie, tanto em moeda nacional como em moeda estrangeira”, bem como localizado e extraído “um cofre dissimulado em fundo falso em uma das paredes do imóvel de alto luxo”.

Preso no domingo durante abordagem entre os municípios de São Gabriel do Oeste e Bandeirantes, ocasião em que apresentou documentos com nome Carlos Roberto da Silva – identidade falsa que usava desde 1998, segundo a polícia -, ele só foi identificado como Charles Miller Viola após perícia papiloscópica e depois houve transferência para a DERF (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), na capital.

Em pedido de providências feito ontem, o advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel requer que o Juízo da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande autorize provisoriamente a permanência do peticionário na capital, em unidade a ser determinada pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penal), “pois assim poderá expiar sua reprimenda de forma mais humanizada e próximo do seio familiar”.

O defensor cita que o preso reside há muto no Mato Grosso do Sul, com esposa – tem contratos de arrendamento rural - e filhos menores de idade em Dourados, um deles com problemas de saúde, e argumenta que eventual transferência para Rio Verde, em Goiás, “gerará imensos transtornos e dificuldades homéricas para seus familiares” por permanecer “segregado em região longínqua de seus entes queridos”.

O advogado menciona ainda que o recluso já cumpriu pena no Instituto Penal de Campo Grande e apresentou bom comportamento.  

Ainda ontem a 1ª Vara de São Gabriel do Oeste acatou pedido do MPE-MS (Ministério Público Estadual) e converteu a prisão de flagrante para preventiva. Com isso, também negou pleito da Defensoria Pública para conceder liberdade provisória ou prisão domiciliar ao preso, dentre os motivos, por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

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