DOURADOS

‘Defesa da vida’ e ‘melhorias na saúde’: confira entrevista com vereadores presos

Mesmo presos acusados de corrupção, Pepa e Cirilo são candidatos da base aliada à prefeita aos cargos de presidente e 2º secretário da Câmara de Dourados

Mesmo presos, Pedro Pepa e Cirilo Ramão concorrem à presidência e segunda secretaria da Câmara de Dourados Mesmo presos, Pedro Pepa e Cirilo Ramão concorrem à presidência e segunda secretaria da Câmara de Dourados

Presos junto do vereador Idenor Machado (PSDB) e do ex-vereador Dirceu Longhi (PT) no dia 5 de dezembro acusados de chefiarem uma organização criminosa que causou prejuízo aos cofres públicos da Câmara de Dourados, os vereadores Cirilo Ramão (MDB) e Pedro Pepa (DEM) prometiam trabalhar em “defesa da vida e da família” e “por melhorias na saúde das pessoas”. Ambos são candidatos à presidente e 2º secretário da Casa de Leis pelo grupo governista, de apoio à prefeita Délia Razuk (PR). 

Meses antes de irem para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal da comarca, Pepa e Cirilo já ocupavam cargos na Mesa Diretora, motivo para serem entrevistados pela assessoria de imprensa do Legislativo. Nas publicações ainda disponíveis, contaram suas histórias pessoais e fizeram promessas pelo bem da população.

MELHORIAS NA SAÚDE

Atual 1º secretário da Câmara de Dourados, Pedro Alves de Lima, o Pedro Pepa, foi eleito vereador pela primeira vez em 2012. Reeleito em 2016, fez promessas para o biênio 2017/2018. “Queremos marcar nossa administração nesse biênio aproximando a população dos trabalhos legislativos. Queremos trazer o povo para participar mais das ações da Câmara, afim de que todos tenham conhecimento do que acontece na Casa do Povo. O que é feito aqui reflete diretamente na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, afirmou na entrevista.

Questionado sobre como pretendia desenvolver o mandato e quais suas linhas de atuação, mostrava otimismo. “Nosso trabalho continuará firme e atuante, principalmente com foco na melhoria no atendimento das pessoas na área da saúde. Esse é um trabalho ininterrupto que temos feitos há anos. Carregamos essa bandeira, por mais pesada que seja, porque acreditamos que gradativamente estamos contribuindo para melhorar a saúde em Dourados. E vamos vencer. O reflexo disso é a luta pela construção do Hospital Regional, cujas obras serão retomadas em breve”, declarou.

Antes da prisão, vereadores Pedro Pepa e Cirilo Ramão deram entrevista para a assessoria de imprensa da Câmara de Dourados (Foto: André Bento)

DEFESA DA VIDA

 

Segundo secretário da Câmara de Dourados, Cirilo Ramão Ruis Cardoso, o Pastor Cirilo, foi eleito vereador pela primeira vez em 2016, com 1.461 votos. Reeleito nas eleições municipais seguintes, declarava-se “muito honrado pela confiança dos colegas vereadores” que lhe elegeram para Mesa Diretora do biênio que chega ao fim este ano.

“Tenham certeza, que da mesma forma como na gestão passada, vou realizar um trabalho sério e comprometido. É uma satisfação continuar fazendo parte da equipe de gestão desta Casa de Leis, que está organizada e tem muita credibilidade no município e no Estado”, pontuou na entrevista.

Sobre como atuar no mandato atual, afirmou: “vou manter a mesma linha de atuação do mandato anterior, que é a defesa da vida. Continuarei trabalhando para que as pessoas tenham mais saúde, educação, assistência social e qualidade de vida. Trabalharei na luta contra a violência, as drogas, o desrespeito e atuarei firme na defesa e valorização da família”.

Operação Cifra Negra prendeu os vereadores Idenor Machado, Cirilo Ramão e Pedro Pepa, além do ex-vereador Dirceu Longhi e ex-servidores da Câmara (Foto: André Bento)

 

 

VEREADORES PRESOS

Mesmo com todas essas promessas, Pedro Pepa e Cirilo Ramão foram presos dia 5 de dezembro durante a Operação Cifra Negra, desencadeada pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) e Polícia Civil contra uma organização criminosa que fraudava licitações na Câmara Municipal de Dourados.  

Ao expedir os mandados de prisão preventiva que também levaram para trás das grades o vereador Idenor Machado (PSDB), o ex-vereador Dirceu Longhi (PT) e dois ex-servidores do Legislativo municipal, o juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, acatou a tese que acusa os parlamentares de comandar o esquema corrupto que causou prejuízos aos cofres públicos municipais.

PROPINA

Conforme os autos do processo número 0810971-68.2018.8.12.0002, que está sob segredo de Justiça, Pedro Pepa, Cirilo Ramão e Idenor Machado comandavam uma organização criminosa voltada à fraude em licitações mediante desvio de dinheiro público e recebimento de propinas, configurando crimes de peculato, corrupção ativa, corrupção passiva. Eles dividiam entre R$ 20.000,00 e R$ 23.000,00 todos os meses, valores pagos pelas empresas beneficiadas com contratos na Câmara.

Na segunda-feira (10), a presidente da Casa de Leis, vereadora Daniela Hall (PSD), informou ter determinado o cancelamento dos contratos vigentes das empresas KMD Assessoria Contábil e Planejamento aos Municípios Eireli –ME, Quality Sistemas Ltda e Jaison Coutinho – ME. Elas receberam mais de R$ 3,6 milhões do Legislativo municipal. 

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