A desinformação promovida em postagem feita na página da Prefeitura de Dourados no Facebook pode tirar a chance de douradenses evitarem a exumação das ossadas de familiares sepultados em covas sociais. Isso porque a publicação desmente um documento oficial que segue em vigor e estabelece prazo de 30 dias para os procedimentos de aquisição do espaço.
Tudo começou na quarta-feira (10), quando foi publicado no Diário Oficial do Município o edital de notificação SEMSUR nº 0003/2020, através do qual o secretário municipal de Serviços Urbanos, Fabiano Costa, listou 107 sepulturas de covas sociais para desocupação. (clique aqui para conferir, na página 7)
Nesse documento, ele apontou “a necessidade iminente em exumar ossadas de corpos que foram sepultados há mais de cinco anos nas covas sociais dos cemitérios públicos municipais Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus” com objetivo de “disponibilizar espaço para o sepultamento das vítimas do novo coronavírus (Covid-19)”.
No entanto, os familiares dos falecidos listados foram notificados a apresentarem, no prazo de 30 dias, manifestação “quanto aos procedimentos necessários para adquirir a cova como perpétua, conforme disposto no Código de Posturas Municipal- Lei nº1067/1979 e na Lei nº 3932/2015”.
“Para tanto o familiar deverá procurar a administração do Cemitério correspondente no prazo estipulado”, indica o documento, segundo o qual “não há disponibilidade de novos sepultamentos nos cemitérios Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus”.
Contudo, na noite de 12 de junho a página da Prefeitura de Dourados no Facebook divulgou postagem na qual classificou como Fake News (notícia falsa) as reportagens publicadas pela mídia local sobre a intenção de exumar essas ossadas de corpos sepultados há mais de cinco anos em covas sociais.
Minutos depois, a publicação foi excluída, mas uma nova foi feita com imagem do secretário e áudio atribuído a ele para dizer que “não procede a informação de que a Prefeitura de Dourados estaria realizando exumações para desocupar covas sociais por estar sem espaço para vítimas da Covid-19”.
“Na realidade o que a gente está fazendo são compras de materiais que estavam faltando no cemitério, que são realmente os sacos para fazer exumação, os equipamentos, porque vira e mexe tem que desocupar uma cova ou outra. Na realidade é a rotina do cemitério, não tem nada a ver com exumar corpos por Covid como estão publicando aí”, é dito no áudio.
Com o dever de bem informar seus leitores e ouvintes, a 94FM lembra que uma publicação oficial como a feita no Diário Oficial do Município não perde o valor em função de quaisquer declarações ou postagens. Somente outra publicação oficial, no mesmo veículo, pode alterar ou tirar o efeito da original. Isso, até agora, ainda não aconteceu.
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