A plataforma de exploração de petróleo P-71, da Petrobras, se aproxima do topo da capacidade de produção: 150 mil barris por dia. Isso significa 104 unidades a cada minuto. A marca deve ser alcançada em outubro, mês em que a Petrobras comemora 70 anos de criação. A P-71 fica no Campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, a 200 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
A estrutura é do tipo FPSO (sistema flutuante, de produção, armazenamento e transferência) e tem capacidade para processar 6 milhões de metros cúbicos de gás, além de armazenar até 1,6 milhão de barris de óleo. A convite da Petrobras, uma equipe da Agência Brasil conheceu a plataforma. Leia aqui reportagem sobre curiosidades da P-71.
Números do pré-sal
Apesar de se aproximar do recorde de produção, a P-71 não é a estrutura com maior capacidade de processamento de óleo. O FPSO Guanabara, no Campo de Mero, também no pré-sal da Bacia de Santos, atingiu o patamar de 180 mil barris por dia.
A exploração de petróleo no pré-sal é feita por meio de poços perfurados a 7 mil metros de profundidade, sendo 2 mil de profundidade marítima e 5 mil de escavação terrestre. O primeiro óleo dessa camada foi produzido há 15 anos, em setembro de 2008, no Campo de Jubarte, na porção capixaba da Bacia de Campos.
Rio de Janeiro (RJ), 28/09/2023 - Navio-plataforma P-71, instalado no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, a 200 km da costa do Rio de Janeiro. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
P-71 começou a operar em dezembro de 2022 - Tânia Rêgo/Agência Brasil
Desde então e até julho deste ano, a produção acumulada foi de 5,5 bilhões de barris. Para se ter uma ideia da capacidade dos reservatórios do pré-sal, a exploração no pós-sal (em águas profundas e ultraprofundas) levou 26 anos para atingir o patamar de 5,5 bilhões.
Atualmente o pré-sal responde por 78% da produção da Petrobras. Das 57 plataformas operadas pela companhia, 31 estão no pré-sal. Até 2027, a estatal prevê instalar mais 11 plataformas na camada.
Além do valor que a Petrobras agrega para si com a extração do óleo dessa camada, o Estado brasileiro também tem ganhos financeiros. Nos 15 anos de atividades, a estatal pagou US$ 126 bilhões - o equivalente a quase R$ 618 bilhões – entre royalties, participações especiais e pelo direito de exploração.
P-71
A P-71 entrou em operação em dezembro de 2022 e, atualmente, está no patamar de 142 mil barris diários, ligada a três poços de petróleo. A capacidade máxima de 150 mil barris deve ser alcançada em outubro, quando o quarto poço for conectado. O projeto da Petrobras é ligar sete poços à plataforma, no total, para manter o nível máximo da capacidade de produção pelo maior tempo possível.
Além da capacidade expressiva de extração, a P-71 e o Campo de Itapu se destacam pela qualidade do óleo, considerada alta, e por ter menos contribuição na emissão de gases de efeito estufa.
Rio de Janeiro (RJ), 28/09/2023 -O gerente de plataforma, Antonio Jorge Farias Sabá, caminha no navio-plataforma P-71, instalado no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, a 200 km da costa do Rio de Janeiro. Foto:Tânia Rêgo/Agência
Gerente Antonio Jorge Farias Sabá caminha no navio-plataforma P-71 - Tânia Rêgo/Agência Brasil
“O reservatório de Itapu tem um óleo que tem poucos contaminantes, ou seja, baixo teor de dióxido de carbono (CO²) e sulfeto de hidrogênio (H²S). A retração dessas emissões ajuda na redução do efeito estufa”, explica o gerente da plataforma, Antonio Jorge Farias Sabá.
Com a alta complexidade que é a atividade de extrair e armazenas petróleo, o gerente ressalta que o cuidado com a segurança é prioridade na instalação.
“O patrimônio mais importante da Petrobras são as pessoas. A empresa valoriza muito a segurança. Obviamente, nosso objetivo é produzir petróleo, mas sem jamais desalienar o valor segurança para as pessoas, meio ambiente e instalações”, diz.
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