Relatório diagnóstico apresentado na Câmara de Vereadores em 25 de julho de 2019 como Produto II do Plano Diretor de Arborização Urbana mostrou que ao menos 20% das árvores plantadas em Dourados tinham, já naquela época, necessidade de algum tipo de manejo relacionado à poda. Nesta segunda-feira (26), as autoridades ainda contabilizam os danos causados por dezenas de quedas ocorridas após chuva 23.7 milímetros que veio acompanhada por rajadas de vento a 46 quilômetros por hora.
Essa informação foi transmitida pela bióloga Aline da Conceição Gomes, conforme a ata da apresentação pública, divulgada integralmente na edição de 11 de setembro daquele mesmo ano do Diário Oficial do Município.
Na oportunidade ela foi uma das representantes da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa ao Ensino e à Cultura), contratada pelo município em novembro de 2018 via dispensa de licitação no valor de R$ 162.000,00 para execução dos produtos que irão compor o Plano Diretor de Arborização Urbana do município.
Conforme a ata, ao falar sobre o comportamento das copas das árvores, “Aline Gomes explicou que do total de indivíduos arbóreos amostrados, 20,4% apresentaram necessidade de algum tipo de manejo relacionado à poda, distribuídos em poda de condução, poda de levantamento de copa, pode de limpeza e poda de equilíbrio”.
Ela foi complementada pelo engenheiro florestal Gabriel Freitas Schardong, segundo quem, em relação aos conflitos com a infraestrutura, “27,5% das árvores amostradas apresentam algum tipo de conflito com a infraestrutura, sendo o passeio público o mais comum, seguido pelo conflito com a rede elétrica”.
Ambos foram precedidos pelo engenheiro sanitarista Frederico Luiz de Freitas Júnior, segundo o qual, tomando como referência os dados qualiquantitativos das espécies arbóreas, foi possível inferir o total de 94.003 árvores no passeio público em Dourados.
“Aline Gomes deu continuidade à apresentação, informando que foram levantadas 150 (cento e cinquenta) espécies diversificadas, das quais 73 (setenta e três) são espécies nativas, 75 (setenta e cinco) são espécies exóticas e 02 (duas) espécies encontram-se em processo de identificação”, prossegue a ata.
Das 150 espécies levantadas, constatou-se ainda que a mais frequente é o Oiti, com 33,39%, seguida pela Sibipiruna (5,55%), Mangueira (5,02%), e as demais que não entraram na lista de frequência estão abaixo de 1%.
Mais recentemente, na ata da apresentação pública das Diretrizes do Plano Diretor de Arborização Urbana de Dourados (PDAU) – Parte do Produto III, evento virtual realizado no dia 20de agosto de 2020 e divulgado pelo canal do YouTube da Câmara Municipal de Dourados, os membros da equipe da Fapec reforçaram alguns alertas feitos no diagnóstico.
Durante sua apresentação, Frederico Luiz Freitas Júnior reforçou a necessidade de atingir cem árvores por quilometro, pontuou que 34% das espécies da cidade são de Oiti – muito acima do recomendado, e também relembrou que 20% das árvores em passeio necessitam de algum tipo de manejo, bem como 15% dessas árvores apresentam problemas fitossanitários, e 4% da arborização de Dourados é composta por tocos que precisam ser extraídos.
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