O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (18) após chegar a R$ 3,95 pela primeira vez desde 2002, sucumbindo ao quadro local conturbado apesar de o Federal Reserve, banco central norte-americano, decidir manter a taxa de juros inalteradada.
A moeda norte-americana subiu 1,95%, cotada a R$ 3,9582 maior nível desde outubro de 2002, segundo a Reuters. Veja a cotação.
Este é o segundo maior nível de fechamento na história (o maior valor de fechamento já registrado foi em 10 de outubro de 2002, quando a o dólar encerrou em R$ 3,99). Nas casas de câmbio, a cotação do dólar turismo chegou a R$ 4,40 nesta sexta.
Veja a cotação do dólar comercial ao longo do dia: Às 9h49, caía 0,237%, a R$ 3,8716. Às 10h10, subia 0,121%, a R$ 3,8869 Às 10h59, subia 0,6%, a R$ R$ 3,9057 Às 11h39, subia 0,74%, a R$ 3,9111 Às 12h19, subia 0,49%, a R$ 3,9013 Às 13h, subia 0,87%, a R$ 3,9161 Às 13h18, subia 1,05%, a R$ 3,9231 Às 14h14, subia 0,90%, a R$ 3,9171 Às 14h48, subia 1,07%, a R$ 3,9238 Às 15h03, subia 1,15%, a R$ 3,9268 Às 15h25, subia 1,42%, a R$ 3,9373 Às 16h, subia 1,47%, a R$ 3,9392 Às 16h15, subia 1,53%, a R$ 3,9417.
Na semana, a moeda subiu 2,09%. No mês e no ano, a moeda acumula alta de 9,13% e 48,88%, respectivamente.
No Brasil
A sessão também permaneceu sensível a incertezas ligadas ao campo político, conforme continuam as dificuldades para o governo federal dar início a um processo sólido de recuperação do quadro econômico. Investidores temem que o país perca o grau de investimento por outras agências internacionais de risco após ser rebaixado pela Standard and Poor's (S&P).
A preocupação com a economia do Brasil também influenciou a bolsa. Nesta sexta, a Bovespa caiu 2,56%, a 47.264 pontos. A bolsa no entanto terminou a semana no azul, subindo 1,86%.
"A situação no Brasil está muito complicada, então sempre que vê algum espaço, o mercado compra (dólares)", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
O mercado tem sido duramente pressionado por incertezas sobre o reequilíbrio das contas públicas e pelas turbulências políticas no Brasil.
Com isso, operadores deixavam em segundo plano a manutenção dos juros nos Estados Unidos, que tende a sustentar a atratividade de papéis de mercados emergentes. Analistas lembravam também que o quadro global difícil, uma das justificativas do Fed para não mudar a taxa, tende a afetar negativamente o humor em relação a países como o Brasil.
"A queda no exterior pode suavizar a pressão altista do dólar ante o real, mas os ruídos políticos..., a dificuldade da aprovação do pacote fiscal no Congresso e as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff devem manter o mercado agitado e volátil aqui", escreveu o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa, segundo a Reuters. Atuação do BC
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio e seguiu a rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 5,860 bilhões, ou cerca de 62%do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.
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