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Dourados terá núcleo para debater desafios socioambientais e econômicos da região

Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, e Érika Ferri, da UEMS, durante coletiva de imprensa - Crédito: Dourados News Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, e Érika Ferri, da UEMS, durante coletiva de imprensa - Crédito: Dourados News

Dourados foi oficialmente incluído na área de atuação da Itaipu Binacional, maior produtora de energia renovável do mundo, com a implementação de um Núcleo de Cooperação Socioambiental. Durante o evento realizado na manhã desta sexta-feira (25/10) no campus da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), foi formalizada a criação do núcleo, uma iniciativa que visa unir esforços de diversos setores da sociedade em busca de soluções para desafios socioambientais e econômicos da região.

Dourados e o novo ciclo de atuação da Itaipu

A região de Dourados, por meio de bacias hidrográficas que abastecem o lago da usina, tornou-se também uma prioridade.

“Com isso, a Itaipu reforça seu compromisso em cuidar do ambiente local e das pessoas que nele vivem”, afirmou Carboni.

Segundo Carlos, a iniciativa abrange três pilares fundamentais: o cuidado ambiental, a atenção às condições sociais e a promoção do desenvolvimento econômico.

"Não basta olharmos apenas para a água que usamos, é essencial entender como as pessoas desse território vivem, como estão a saúde e a educação, e como a economia local se sustenta. Esse é o conceito de governança participativa que estamos implantando aqui. Precisamos ouvir todos os atores desse território e construir, juntos, soluções que melhorem a vida da população", destacou o diretor.

Governança participativa: soluções que emergem do território

O núcleo de Dourados é o primeiro a ser criado fora do Paraná, estado que já possui ações semelhantes. A metodologia de governança participativa aplicada neste projeto tem como foco ouvir a população e os principais atores da sociedade local, para identificar os principais problemas e traçar soluções colaborativas.

Carboni frisou a importância de unir diferentes perspectivas em prol de objetivos comuns. "Não precisamos concordar em tudo, mas precisamos compartilhar o desejo de garantir qualidade de vida para a população e cuidar do meio ambiente. Por isso, convidamos todos a sentarem à mesa do diálogo: universidades, poder público, setor empresarial e trabalhadores", afirmou. 

Mudanças climáticas e a importância de ações locais

Durante o evento, foram levantados pontos críticos sobre os impactos das mudanças climáticas na região, especialmente no setor agrícola, que já sofre com a degradação de solos e a perda de produtividade. "Muitas vezes, as pessoas pensam nas mudanças climáticas como algo distante, em fenômenos que ocorrem nas geleiras da Antártida. Mas precisamos entender o que está acontecendo aqui, no nosso território. Quais são os efeitos locais? E como podemos agir para minimizar os impactos? Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, já há projeções de perdas significativas na agricultura devido às mudanças climáticas", pontuou Carboni.

Entre os desafios já identificados pela Itaipu na região, destacam-se a necessidade de conservar os solos e melhorar as condições das estradas. Além disso, há a preocupação com o acesso à água. "Temos, por exemplo, em pauta, ações na comunidades indígenas que sofrem com a falta de água. E já investimos também recursos em melhorias em hospitais da região. A Itaipu pode ser uma parceira importante para resolver essas questões, mas não a única, nesse primeiro momento o importante é termos bons projetos para buscar recursos e implementar soluções", explicou.

Parceria

Ela também ressaltou a importância de parcerias com grandes instituições como a Itaipu. "A expectativa é muito positiva. A união com uma empresa do porte da Itaipu agrega valor e abre portas para soluções mais amplas e efetivas. A universidade deve ser protagonista, junto com a comunidade, na construção de um futuro mais sustentável para todos", completou a pró-reitora.

Próximos passos e a continuidade da governança

Com o núcleo de Dourados estabelecido, o próximo passo será a formação de grupos de trabalho que vão mapear os principais problemas e definir estratégias de ação. A Itaipu já se comprometeu a continuar investindo em projetos que melhorem a qualidade de vida na região, mas deixa claro que o protagonismo na definição das prioridades será da própria comunidade.

"A solução para os problemas locais virá dos próprios atores desse território. Nós já identificamos algumas questões que merecem atenção, mas a comunidade local será a responsável por determinar as soluções mais adequadas. A Itaipu estará ao lado, como parceira, buscando recursos e apoiando os projetos", finalizou Carlos Carboni.
 

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