Até que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) defina os rumos do contrato de concessão, a CCR MSVia apresentou a proposta de duplicar apenas os trechos mais perigosos da BR-163 e realizar obras essenciais para garantir a segurança dos usuários. A empresa interrompeu as intervenções há dois anos, após duplicar 150 dos 847 quilômetros previstos no contrato assinado em 2014 e, desde então, só vem realizando a manutenção da pista.
O Correio do Estado apurou que os trechos que passarão por obras de duplicação estariam localizados entre Campo Grande e Dourados, e entre a Capital e São Gabriel do Oeste.
A proposta da empresa está em discussão no grupo de conciliação – formado por representantes da ANTT, governo do Estado, MSVia e Ministério Público –, que tem até segunda-feira (8) para apresentar uma solução à Justiça de Brasília, na qual tramita ação que a MSVia ajuizou pedindo que seja feito o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, pois, no dia 6 de fevereiro deste ano, a Agência requereu a suspensão do contrato. Foram concedidos 60 dias para ser apresentada uma solução, prazo que se encerra no dia 7 (domingo).
Em outubro do ano passado, foi realizada audiência de conciliação, na qual ficou acertada a suspensão do processo por 90 dias para buscar um possível acordo. Como não houve uma solução, esse prazo foi prorrogado por mais 60 dias.
Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, a MSVia apresentou a proposta de “duplicar só os pontos críticos, e não toda a extensão. Desta forma, recalcula-se o pedágio, reavalia-se o plano de negócio” e realizar obras de acessos e outras benfeitorias necessárias para garantir a segurança dos usuários, citando trechos de Dourados e São Gabriel do Oeste.
O secretário enfatizou que não acredita que a Justiça faça qualquer interferência até que o Ministério da Infraestrutura apresente uma solução. “Tudo caminha para a relicitação”, destacou Verruck, explicando que a pasta ainda espera um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a concessão da BR-163 e outras quatro que também estão com problemas.
Em 28 de maio de 2018, a Justiça determinou que a ANTT não aplicasse as punições previstas em contrato até uma decisão final, que ainda não ocorreu, conforme consta no relatório de informações do conglomerado CCR aos acionistas.
A concessionária foi procurada pela reportagem, mas limitou-se a dizer que não comentará o assunto.
ARRECADAÇÃO
A CCR MSVia aumentou em R$ 24,313 milhões a arrecadação com pedágio no ano passado em relação a 2017, mesmo com a paralisação das obras de duplicação. A concessionária arrecadou R$ 293,626 milhões nas nove praças de cobrança instaladas na BR-163, o que representa 9% a mais que os R$ 269,313 milhões do ano anterior, segundo balanço contábil divulgado pela empresa.
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