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Efeito da estiagem no potencial produtivo do milho deve ser estimado na próxima semana

Falta de chuva afetou milho segunda safra desde o plantio - Crédito: André Bento/Dourados News/Arquivo Falta de chuva afetou milho segunda safra desde o plantio - Crédito: André Bento/Dourados News/Arquivo

As estimativas de produção e produtividade do milho segunda safra plantado em território sul-mato-grossense só devem começar a ser feitas a partir da próxima semana pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio). O temor do agronegócio estadual é quanto às consequências da falta de chuva na fase inicial do cultivo.

No boletim Casa Rural mais recente divulgado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), é detalhado que a área plantada com o cereal tem extensão estimada em 1,977 milhão de hectares, aproximadamente 9,02% inferior ao ciclo passado, de 2,173 milhões de hectares.

CLIMA DESFAVORÁVEL

Na última semana de abril, a partir de contato com empresas de assistência técnica, produtores e sindicatos rurais, bem como empresas privadas dos principais municípios produtores de soja e milho, os técnicos do Siga-MS apuraram de 22 a 26 dias de estiagem em todas as regiões do Estado.

Embora a publicação indique que as estimativas de produção e produtividade só devam ser “objeto de averiguação técnica na próxima semana pelas equipes de campo”, apontou que devido à ausência de chuvas, “o clima está sendo considerado desfavorável para o desenvolvimento do milho” nas regiões sul, sudoeste, sul-fronteira, sudeste.

POTENCIAL PRODUTIVO

De acordo com Danilton Luiz Flumignan, pesquisador de Agrometeorologia e Irrigação da Embrapa Agropecuária Oeste, a falta de chuvas aconteceu em muitas regiões e Dourados, até quarta-feira (6), havia tido a mais recente precipitação pluviométrica registrada pela estação agrometeorológica em 13 de abril, de 16,7 milímetros.

“Por isso, muitas lavouras ficaram com pouca oferta de chuvas nos primeiros 45 dias da lavoura e esta fase é importante, pois ela dita o potencial produtivo da lavoura, haja vista que nela é que se define o número de grãos que existirão na espiga”, informou.

Flumignan acrescentou que além disso, “algumas lavouras ficaram com pouca oferta de chuva após os 45 dias iniciais da lavoura, implicando em dificuldade de formar os grãos na espiga e também de enche-los”, condição que segundo ele “está impactando reduzindo a produtividade das lavouras de milho safrinha”.

SAFRA PASSADA

Conforme a Famasul, no ciclo passado, o milho segunda safra teve 12.156.976 toneladas colhidas em meio aos 2.173.294 hectares plantados. A produtividade média ponderada foi de 93,23 sacas por hectare, 113,20 sacas por hectare na região Norte, 90,60 sacas por hectare na região Sul, e 90,30 sacas por hectare na região Centro.

Maiores produtores estaduais, Maracaju colheu 1.517.034,71 toneladas (99,2 sacas por hectare), Sidrolândia 1.058.704,59 toneladas (96,8 sacas por hectare), Dourados 900.247,53 toneladas (97,1 sacas por hectare), e Ponta Porã 884.687,20 toneladas (85,6 sacas por hectare).

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