CORONAVÍRUS

Em 9 meses de pandemia, Mato Grosso do Sul tem média de 7 mortes por dia

Primeiro caso de Covid-19 foi registrado no dia 14 de março e atualmente já são 113.298 episódios

Paciente com Covid-19 chega ao Hospital Regional em ambulância do Samu - Valdenir Rezende/Correio do Estado Paciente com Covid-19 chega ao Hospital Regional em ambulância do Samu - Valdenir Rezende/Correio do Estado

Mato Grosso do Sul completou o período de nove meses de pandemia da Covid-19, uma “gestação” que até agora teve saldo de quase 2 mil mortos, com uma média de 7 óbitos para cada um dos 275 dias (contabilizados até ontem) em que a doença circulou nesta unidade federativa.

Ao todo, o Estado registrou 113.298 casos, e a média diária no período é de 411,9 episódios. 

Quando completa nove meses de pandemia, Mato Grosso do Sul vive o avanço da doença, principalmente em sua Capital, onde já são 52.513 casos, dos quais 1.037 foram contabilizados somente neste fim de semana.

A segunda onda da Covid-19 chegou com força nas últimas semanas, que se tornaram as piores desde o início da pandemia. 

A semana epidemiológica 50, que terminou no sábado (12), foi a que registrou o maior número de infectados  no Estado. Foram 8.149 episódios desde o dia 6 de dezembro.

Os sete dias anteriores haviam registrado a marca de 7.122 casos, a pior desta “gestação”. 

Entre as duas houve crescimento de 14,4%, menor do que o registrado no comparativo entre a semana 48 (22 a 28 de novembro) e a 49 (de 29 de novembro a 5 de dezembro), quando a diferença foi de 20,2%.

Mesmo assim, com o crescimento de casos, houve também o crescimento de internações e de óbitos registrados. Entre o dia 6 e 12 deste mês, o aumento de pacientes com Covid-19 que necessitaram de um leito hospitalar foi de 11,9%, eram 576 e passou para 645.  

Se levarmos em comparação o início do mês de dezembro, a diferença é ainda maior. No dia 1º, 456 pessoas estavam internadas com a doença no Estado, uma diferença de 41,4%.

No caso das mortes também houve crescimento de uma semana para a outra. Levando em consideração as semanas 49 e 50, houve quase 20% a mais de óbitos no último período. Ao todo, foram 87, contra 70 nos sete dias anteriores.

Antes, a semana com o maior acúmulo de confirmações havia sido a 35ª, quando a doença vivia o pico de sua contaminação no Estado e chegou a registrar 6.155 episódios.

Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, os últimos meses foram de muito trabalho de toda a equipe da pasta. Ele também destacou a atuação dos funcionários que atuam na linha de frente do combate à pandemia.

“Foram nove meses de intenso trabalho. Os profissionais da saúde estão dando sua própria vida para salvar a vida de quem nunca tiveram contato, esse é o compromisso que têm com o sistema de saúde, que com toda sua debilidade mostrou-se forte, se superou”, afirmou.

Segundo Resende, apesar de terem se passado nove meses do primeiro caso, as ações do governo do Estado por causa da doença começaram antes disso. 

“Hoje, estamos com nove meses do primeiro caso, mas as primeiras medidas remontam de janeiro. Fomos o primeiro estado a criar COE [Centro de Operações de Emergências]”, disse.

Ontem, Mato Grosso do Sul registrou 18 mortes, 13 delas só em Campo Grande, e 422 casos, dos quais 212 eram na Capital, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

“Neste momento mais crítico, em que podemos ter dias mais tenebrosos, para evitar uma tragédia só nos resta fazer apelo para que as pessoas sigam recomendações mais efetivas, como isolamento social, uso de máscara e higiene pessoal", declarou o secretário. 

"A vacina está muito próxima e, seja ela qual for, que chegue e nos dê condições de evitar a morte das pessoas, é para isso que temos trabalhando diariamente”, completou Resende.

Principal unidade de atendimento a pacientes com Covid-19 no Estado, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul vive uma superlotação em função desse aumento de casos. 

Após nove meses de luta contra a doença, foi necessário improvisar vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no centro cirúrgico.

De acordo com o secretário, ontem foram ampliadas mais cinco vagas no local, que não tem recebido cirurgias porque a unidade passou, desde a semana passada, a receber apenas pacientes com Covid-19.

“O Regional tem sido uma verdadeira trincheira, foi o hospital que melhor deu resposta. Abrimos mais leitos de retaguarda no centro cirúrgico e devemos abrir mais alguns amanhã [hoje], para evitar o que havia compromissado, de não faltar leitos clínicos nem de UTI”, declarou.

E completou dizendo que “nosso maior desafio é fazer com que a população compreenda para que tenhamos isolamento maior, mantendo as regras de higiene. São colaborações muito simples, com as quais a população pode nos ajudar”.

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