Brasil

Em crise, comerciantes paraguaios protestam para cobrar ajuda do governo

Sem vender para turistas estrangeiros, lojistas de cidades da fronteira voltaram às ruas ontem

Em Pedro Juan Caballero, trabalhadores apoiaram protesto de comerciantes (Foto: Marciano Candia) Em Pedro Juan Caballero, trabalhadores apoiaram protesto de comerciantes (Foto: Marciano Candia)

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus ameaça a sobrevivência de cidades paraguaias que antes eram paraísos para compras de importados por brasileiros e argentinos. Com a fronteira fechada desde março, os comerciantes não podem vender para os turistas estrangeiros e o consumidor paraguaio não tem dinheiro suficiente para movimentar a economia.

Nesta segunda-feira (13), empresários e trabalhadores se uniram em protesto registrado em pelo menos quatro cidades paraguaias – Encarnación, na margem do Rio Paraná, na fronteira com a Argentina, em Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR), e Salto del Guairá e Pedro Juan Caballero, as duas vizinhas de Mato Grosso do Sul.

Em Pedro Juan Caballero, cidade-gêmea de Ponta Porã (MS), os comerciantes esperam desde junho autorização do governo brasileiro para fazer entrega de mercadorias na Linha Internacional.

A proposta foi aceita pelo governo do Paraguai, mas a Receita Federal do Brasil afirmou que a fronteira fechada pelo país vizinho impede a declaração das compras e qualquer produto entregue na fronteira seria considerado ilegal. O caso foi apresentado ao Itamaraty, mas ainda não há resposta.

Pelo menos mil veículos participaram do protesto em Pedro Juan Caballero, onde a crise ameaça a sobrevivência de cinco mil empresas. As lojas voltaram a funcionar no dia 25 de maio, mas faltam compradores. Sem os turistas brasileiros, os dois maiores shoppings de importados da cidade – China e Planet Outlet – permanecem fechados.

Em Salto del Guairá, perto de Mundo Novo (MS), os comerciantes  cobraram do governo paraguaio um plano para reativação da economia da fronteira, totalmente dependente dos turistas brasileiros.

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