Durante agenda no interior de Mato Grosso do Sul na manhã desta sexta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o voto impresso e declarou que só perde a disputa eleitoral do próximo ano para o ex-presidente Lula (PT) se houver fraude.
Ao discursar no evento para entrega de títulos definitivos da reforma agrária do assentamento Santa Mônica, em Terenos, o mandatário falou sobre a CPI da pandemia, criticou ex-ministros e deixou claro que o pleito eleitoral de 2022 já é uma preocupação.
O ato foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do Planalto.
Voto impresso
“Um bandido foi posto em liberdade, tornado elegível, no meu entender, para ser presidente. Ele só ganha na fraude o ano que vem”, afirmou. “Se o Congresso Nacional votar e promulgar a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] do voto impresso, teremos voto impresso já no ano que vem. Eleições dali para frente só com voto impresso. Respeito decisões do parlamento brasileiro e outros poderes também têm que respeitar”, prosseguiu.
Bolsonaro também ressaltou a responsabilidade do eleitorado brasileiro com a eleição do próximo presidente, com poder de indicação para novos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal.
“Quem se eleger em 2022 vai indicar em 2023 dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. A responsabilidade é muito grande. Está nas mãos de cada um”, pontuou.
Ministérios
Quanto ao mandato que exerce, destacou a dificuldade para composição do primeiro escalão do governo e não poupou críticas aos ex-ministros Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).
“Buscamos ministério técnico, em alguns eu quebrei a cara, como o Ministério da Justiça, da Saúde também, o perneta, aquele do protocolo ‘fique em casa e quando estiver morrendo com falta de ar procura hospital para ser intubado’”, disparou.
Cloroquina
Em seguida, Bolsonaro defendeu a Cloroquina. “Eu não sou médico, quando tenho problema de estômago tomo Coca Cola. Ninguém vem me encher o saco dizendo que tenho que tomar outra coisa, o bucho é meu. Cloroquina, quem é contra é um direito, mas não pode criminalizar quem usa. Eu quando senti o problema, chamei o médico, tenho alguns, ele falou está com todos os sintomas’, eu peguei a caixinha de Cloroquina e ele falou para esperar, perguntei se ele queria voltar para tropa, no dia seguinte eu estava bom”, disse.
Sobre a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberta no Senado Federal para apurar eventual omissão do governo federal no combate à pandemia, o presidente da República voltou a disparar críticas.
“Agora se faz CPI em Brasília não é para apurar propina na vacina, disso a imprensa está com saudades, CPI com aquela composição que, puxa vida, para apurar omissão do governo federal. O crápula ainda diz que a CPI não é para investigar desvio de recurso”, declarou.
Em outro trecho do discurso, ao lembrar a trajetória política que o levou de deputado federal para presidente da República, Bolsonaro lembrou o atentado sofrido na campanha e reforçou o anseio por descobrir eventuais mandantes do crime.
"No meio do caminho, como era diferente dos demais, muito diferente, a campanha foi crescendo, aconteceu aquela facada, deram azar. Se Deus quiser a Polícia Federal vai chegar ao final da linha aos mandantes do crime”, opinou.
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