PANDEMIA

Em MS, mais de 200 mil pessoas tiveram redução da carga horária na jornada de trabalho

Comércio de rua também foi atingido com a redução da carga horária - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News/Arquivo Comércio de rua também foi atingido com a redução da carga horária - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News/Arquivo

Pesquisa do PNAD- Covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que em Mato Grosso do Sul, cerca de 210 mil pessoas tiveram redução da carga horária em suas jornadas de trabalho. O monitoramento foi realizado em maio e divulgado nesta quarta-feira (24).

O levantamento visa monitorar as transformações ocorridas no mercado de trabalho brasileiro durante a pandemia. A doença já registra 1.188.631 casos confirmados e 53.830 mortes até o momento no país, conforme o Ministério da Saúde. 

Os dados apontam que 210 mil pessoas experimentaram a redução da carga horária em suas jornadas de trabalho, número que representa 11,9% no total de pessoas ocupadas no estado, sendo a população na força de trabalho um total de 1,3 milhões.

Em relação ao rendimento médio real de todos os trabalhos (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência), o valor habitualmente recebido por um mês completo de trabalho foi de R$ 2.264,00. Já o valor efetivamente recebido, proveniente de todos os trabalhos que o informante tinha na semana de referência, foi de R$ 2.006,00.

Em Mato Grosso do Sul, 301 mil pessoas ocupadas tiveram rendimento efetivo menor do que o normalmente recebido antes da pandemia. Esse dado representa 25,7% no total de pessoas ocupadas e com rendimento do trabalho no estado. Além disso, 2,2% dos trabalhadores ocupados obtiveram um rendimento efetivo maior do que o normalmente recebido durante o período de referência, o que corresponde a 26 mil pessoas.

Ainda de acordo com os dados, a proporção de domicílios que receberam algum auxílio relacionado à pandemia foi para Brasil de 38,7% do total, as Regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram os maiores percentuais, 55,0% e 54,8%, respectivamente. Entre os auxílios estão o Auxílio Emergencial e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O valor médio recebido pelos domicílios, para Brasil, foi de R$ 847,00. Em Mato Grosso do Sul, 35,4% dos domicílios receberam algum auxílio relacionado à pandemia, sendo o valor médio recebido pelos domicílios sul-mato-grossenses de R$ 809,00.

Trabalho remoto

Em Mato Grosso do Sul, 7,2% das pessoas ocupadas estão trabalhando de forma remota/ home office.  Este percentual corresponde a 75 mil pessoas. Isso, acrescido a variável de população ocupada e não afastada do trabalho, corresponde a 7,2% da população do estado. Em termos comparativos, no Brasil são cerca de 13,3%, e no Centro-Oeste são 10,7%. MS apresenta o 6º menor percentual em relação às outras unidades da federação, sendo que no CO apenas Mato Grosso possui percentagem menor.

A pesquisa também investigou a variável de pessoas ocupadas e na informalidade. Mato Grosso do Sul tem cerca de 387 mil pessoas nessa situação, representando a segunda menor marca em comparação aos estados do Centro-Oeste. Goiás lidera esse ranking regional com 1,1 milhão de pessoas, seguido por Mato Grosso (527 mil) e Distrito Federal (383 mil). Confrontando com outras unidades da federação, MS acaba por ocupar a décima terceira posição ao lado de Alagoas.

O percentual de pessoas desocupadas ou não ocupadas que não procuraram trabalho, mas que gostariam de trabalhar em MS atingiu 23,7%. Já o percentual, mais específico, de pessoas desocupadas ou não ocupadas que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, mas que gostariam de trabalhar atingiu 18% em Mato Grosso do Sul. Em termos de Brasil, os percentuais foram de 25,3% e 20,6% respectivamente, ao mesmo tempo que a região Centro-Oeste apresentou as marcas de 20,6% entre as pessoas desocupadas ou não ocupadas que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, mas que gostariam de trabalhar.

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