A dificuldade para respirar, a forte dor nas costas e o resultado positivo de covid-19 na semana passada acenderam um alerta no empresário Jeferson Junior Teixeira, de 39 anos, mais conhecido como Ninho, que hoje comanda a carreira de duplas de peso, como a de Munhoz e Mariano, Jads e Jadson.
“Falta conscientização e pensamento no ser humano. Isso é uma doença invisível. Eu não sei onde eu peguei, por mais que eu tenha me protegido, não tem como eu saber de onde ela veio”, observa o empresário que agora manda um alerta aos trabalhadores e clientes da vida noturna.
“Tem que haver cautela. Ao pessoal da noite, que é o mundo onde eu vivo, sei que é complicado ficar fechado. Mas essa aglomeração também é complicada. Temos que nos resguardar, temos que segurar um pouco a onda. Quanto mais você sair por aí, mais demorado vai ser tudo isso se resolver. E o nosso mercado vai ser o último a voltar se continuar essa bagunça”, alerta Ninho.
Na última semana, o empresário foi diagnosticado com a doença. Ele testou positivo quatro dias depois de manifestar os sintomas e diz que sentiu medo quando percebeu a dificuldade para respirar e as dores. “Comecei com uma tosse e uma irritação na garganta, que progrediu para falta de ar. Fui para o hospital, fui medicado e quatro dias depois tive o resultado”.
O tratamento continuou com uso de antibióticos e vitaminas, diz. “Só assim tive uma noite tranquila de sono. Continuei com os medicamentos conforme receituário médico e hoje estou melhor”.
De acordo com Ninho, ele estava em dia com sua saúde e nunca apresentou doenças crônicas, por isso, se assustou com os sintomas. “Eu não sou fumante, por exemplo, e mesmo assim tive muita falta de ar. É assustador tentar dormir e não conseguir por causa da dificuldade em respirar”, descreve.
O músico segue isolado em casa, ao lado da esposa e os dois filhos, de 3 e 15 anos, que ainda aguardam o resultado dos exames, mas sem nenhum sintoma.
Nos últimos meses, Ninho vinha trabalhando na produção de lives musicais e doações de alimentos e máscaras às famílias das periferias de Campo Grande. E diz que o contato era restrito aos músicos com quem trabalha, mas não sabe mencionar onde pode ter se contaminado. “É impossível saber, infelizmente ela [doença] está por todo canto”.
Por isso, o empresário diz que a doença reforçou o valor do isolamento social, e pede a colaboração, especialmente, de quem trabalha na noite. “Nós que vivemos de música, se não esperarmos, as coisas só vão piorar. Eu tive condições de ser atendido e ser medicado, mas muitas famílias não tem a mesma condição. E precisamos pensar nessas pessoas.”
O empresário sugere que músicos e outros artistas continuem utilizando a internet como instrumento para se manter em evidência. “No começo da pandemia, nos vimos no meio do nada, perdi todas as minhas ferramentas de trabalho. E as lives surgiram para dar uma movimentada no nosso mercado e contribuir para que as fiquem em casa, sem aglomeração. Além disso, podemos continuar arrecadando e ajudando famílias”.
Ninho é empresário musical há 20 anos, iniciou a carreira trabalhando em rádio, inspirado no pai que começou a vida como músico. Natural de Nova Andradina, hoje é empresário do cantor João Carreiro e das duplas Jads e Jadson, Munhoz e Mariano.
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