O protesto realizado na manhã desta segunda-feira (23) na Prefeitura de Dourados pelo Sindenf, entidade sindical que representa profissionais de enfermagem, serviu para deixar claro a insatisfação dessa categoria com quatro anos de indiferença da administração municipal.
Essa é a opinião da auxiliar de enfermagem Elizabeth Pereira Neto Oliveira, presidente do sindicato. Ao Dourados News, ela reforçou as queixas já anunciadas na semana passada, que envolvem falta de materiais, insumos e até equipamentos de proteção individual, além do atraso no pagamento de inventivo previsto em acordo.
“Viemos demonstrar nossa insatisfação com a gestão, assim como nos tratou durante esses quatro anos com tanta indiferença, nós também estamos hoje fazendo a mesma coisa, mostrar que não aprovamos e que os próximos gestores que virão tenham carinho e respeito por nós profissionais de saúde”, afirmou.
Ponto central dos protestos foi o pagamento do PMAQ, que é o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Pago com base em indicadores de avaliação feita pelo Ministério da Saúde, esse recurso visa incentivar gestores e equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território nos acordos firmados e falta de materiais, insumos e EPI's.
No entanto, embora acordo firmado em âmbito municipal estabeleça divisão igualitária entre os valores pagos à Secretaria Municipal de Saúde e aos servidores, quem trabalha na ponta do atendimento sofre com atrasos recorrentes.
“Já tínhamos enviado ofícios sem resposta. Quando saiu na mídia que faríamos esse movimento nos responderam os ofícios, informando que vão pagar em folha o incentivo, sem descontos do Previd e do imposto de renda”, informou. “Uma secretária de Saúde disse que pagaria até o final de julho. Mas vamos receber em dezembro porque não tiveram tempo de fazer o empenho”, queixou-se.
Ainda segundo a líder sindical, o dinheiro vem todo mês para o município, mas o repasse dos 50% para servidores só ocorre a cada seis meses.
“Nós precisávamos fazer isso também para mostrar o quanto estamos indignados com essa gestão, durante os quatro anos, com tanta troca de secretários e com isso tantas desculpas para não sermos valorizados como merecemos”, afirmou a presidente do Sindenf.
Quanto aos materiais, insumos e equipamentos de proteção individual em falta, o sindicato divulgou lista mencionado álcool em gel, Clorexidine e pvipi, esparadrapo e fita micropore, Otoscópio, pilhas diversas, bolsa coletora de urina, teste rápido de gravidez, agulha 40x12, 20x5.5, luva de procedimento e luva estéril de diversos tamanhos, papel toalha, máscara cirúrgica, sonda vesical, anestésico, cateter tipo óculos, abocath, Xylocaina, seringa de 5 ml, lâmina e fixador celular, lençol ginecológico, Scalp de diversas numerações, gaze tipo queijo, polifix, fita crepe, máscara com reservatório, tesoura ponta romba, e esfigmo.
O Dourados News tentou contato com o secretário municipal de Saúde Jackson Farah Leiva para obter um posicionamento oficial, mas ele não pode atender por estar em reunião. O espaço para se manifestar segue aberto desde já, caso queira.
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