O governador André Puccinelli (PMDB) disse estar "apavorado" com o desfecho dos conflitos indígenas em Mato Grosso do Sul. Na segunda-feira, o grupo de trabalho do Governo federal apresentará a proposta para solucionar o problema no Estado. Estima-se que só investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão pode acabar com a guerra por terra entre índios e produtores rurais.
A situação é mais tensa na Reserva Buriti, formada por cinco aldeias, em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande. Os índios querem ampliar a área de 2 mil para 17 mil hectares. Para pressionar a demarcação, eles invadiram duas fazendas na região. Durante a desocupação da Fazenda Buriti, da família de Ricardo Bacha, houve confronto entre a polícia e os índios.
Durante a operação, o índio terena Oziel Gabriel, 35 anos, morreu após ser baleado. Um outro índio, Joziel Gabriel Alves, 32 anos, corre o risco de ficar tetraplégico após ser baleado em outro confronto, entre produtores rurais e índios em outra fazenda na área do conflito.
Como o prazo dado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acaba na segunda-feira, o governador teme o desfecho dos trabalhos. Quando Cardozo esteve em Campo Grande, prometeu que até o dia 5 de agosto definiria o posicionamento da União sobre a questão. Mas até o momento, a quatro dias do prazo final, o Estado não consegue obter informações do Ministério.
Caso o Governo Federal não encaminhe uma resposta conclusiva aos produtores rurais e indígenas, “vai dar briga entre branco e índio”, lamentou o governador.
“Não sei se vão comprar as terras”, comentou Puccinelli sobre uma possível atitude da União para solucionar os conflitos. “Seria leviano de minha parte afirmar isso”, emendou ao dizer que até o momento não tem nenhum posição.
O desembargador Sérgio Martins, que faz parte da comissão criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para estudar uma solução para os conflitos indígenas em MS, alertou para o risco das propostas do Governo federal. Uma solução, que não agradou índios e brancos, foi o arrendamento de terras.
O Governo federal pretende arrendar as áreas em conflito até o fim do impasse. Nesse caso, os índios entram na terrra e os produtores receberiam pelo aluguel. Com o fim definitivo do caso, os produtores poderão ser indenizados. Os índios e produtores querem uma solução definitiva, mas a medida exigiria, só para Buriti, investimento de R$ 150 milhões, segundo estimativa da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).
fonte: Campo Grande News
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