O ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, vai prestar depoimento nesta terça-feira, dia 29 de agosto, na CPI dos Atos Golpistas, no Congresso.
Vieira comandava a instituição no dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e depredaram as sedes dos três poderes da República.
No dia 18 deste mês, o coronel foi preso pela Polícia Federal e foi alvo de mandados de busca e apreensão na Operação Incúria, que investiga omissão das autoridades na contenção dos golpistas.
Vieira é investigado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.
Autorização para não responder
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na segunda-feira (28) que Vieira possa ficar em silêncio na CPI em algumas perguntas.
Segundo a decisão, Vieira poderá ficar calado em questionamentos "capazes de incriminá-lo". Além disso, também terá direito:
de não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade
a ser acompanhado por advogado
e não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do exercício dos direitos anteriores
A decisão atendeu, em parte, pedido apresentado pela defesa do coronel ao STF.
Prisão anterior
Vieira já havia sido preso por suposta omissão nos atos. Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que apuram os ataques no STF, concedeu liberdade provisória ao militar.
À época, Moraes apontou que Vieira "não teria sido diretamente responsável pela falha das ações de segurança que resultaram nos atos criminosos ora investigados". A PM e o governo do DF são responsáveis pela segurança dos prédios do governo federal e de outros Poderes em Brasília.
Em depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, o ex-comandante-geral da PMDF culpou a falta de planejamento operacional pelos problemas na contenção dos ataques.
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