Cinco seguranças de uma fazenda de Tacuatí, 400 km ao norte de Assunção, foram sequestrados e assassinados pela guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP) na noite de sábado (17).
A fazenda atacada pertence ao brasileiro Renato Recender. Policiais foram ao local, e um deles ficou ferido.
Integrantes armados do EPP atacaram um acampamento improvisado perto de um monte de Lagunita, na altura do quilômetro 365 da Rota 3, no distrito de Tacuatí, no departamento de San Pedro. O EPP atua, justamente, entre os departamentos de San Pedro e Concepción, os mais pobres do país.
"Seremos firmes, mas estratégicos, na luta contra este grupo criminoso", afirmou o ministro paraguaio do Interior, Francisco de Vargas, acrescentando que "cometeu-se um erro de expor operações estratégicas, temos de recorrer ao sigilo".
Esse foi o primeiro ataque do grupo guerrilheiro desde a posse do presidente Horacio Cartes, na última quinta, para um mandato de cinco anos. Em sua mensagem após a posse, Carter disse claramente que terroristas e criminosos "não vão pautar minha agenda".
O ministro De Vargas disse que Cartes deu instruções "para agir com o máximo de rigor" contra o grupo. "Se formos reagir apenas diante de cada evento, vamos cair no erro que o presidente da República mencionou a apenas três dias, no sentido de que não vão determinar nossa agenda", afirmou.
"É preciso agir com proatividade e deixar a reação de lado", frisou.
Já o ministro paraguaio da Defesa, general da reserva Bernardino Soto Estigarribia, declarou que as Forças Armadas "estão prontas para intervir" na zona norte do país, se receber uma ordem do presidente nesse sentido.
O ministro disse que o caso deve ser administrado com prudência. "Não posso falar mais", desconversou.
"Não diremos quando, nem onde (as Forças Armadas) serão empregadas. Isso será visto", destacou.
Ele admitiu que a situação na região de Concepción e San Pedro "é de muita intranquilidade" e que "logicamente se estende ao restante do país".
O ministro da Defesa faz parte da célula de crise instalada pelo Executivo para encarar os planos de combate ao EPP, após o ataque cometido em Tacuatí.
O EPP, que teria relações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), é de tendência marxista leninista e nacionalista. A polícia considera que o grupo tenha cerca de 50 membros.
Segundos autoridades, o EPP teria sido responsável por 31 mortes, sendo 21 civis e dez policiais, desde o início de suas operações, em 2007.
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