O Brasil exportou 3,3 milhões de sacas de café em abril deste ano - considerando a soma de café verde, solúvel, torrado e moído -, o que representa um aumento de 2,5% em relação ao volume exportado no mesmo mês do ano passado. A receita cambial gerada no mês com as exportações foi de US$ 442,1 milhões, uma alta de 9%, e o preço médio da saca foi US$ 132,02, aumento de 6,4%, ambos na comparação com abril de 2019. Os dados são do relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Sobre as variedades embarcadas no mês passado, o café conilon (robusta) apresentou um aumento considerado relevante nas exportações, de 30,3% em relação a abril de 2019, com 313,1 mil sacas exportadas, o que representa 9,4% da participação das exportações por variedade. Já o café arábica representou 79,9% do volume total de café exportado no mês, com 2,7 milhões de sacas embarcadas, enquanto o café solúvel representou 10,7% dos embarques, com a exportação de 357,3 mil sacas.
“Os dados de exportação de café referentes a abril de 2020 foram uma surpresa positiva, trazendo um resultado de embarques superior ao esperado para o período. Historicamente, pela primeira vez os estoques foram praticamente exauridos durante a entressafra, marcando de forma inédita a passagem de um ano safra para o outro, quase sem estoques”, disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Ele acrescenta que “com isto, o Brasil terá que contar com a safra 2020/21 que está sendo colhida, dos cafés conilons em Espírito Santo, Rondônia e Bahia e do arábica, que tem início agora em todos os estados produtores, incluindo Minas Gerais e São Paulo. Isso comprova mais uma vez a eficiência da cadeia do agronegócio brasileiro e em especial do café. O Brasil ficou muito competitivo e mantém seus investimentos nas operações de forma sustentável”.
Ano civil e safras
De janeiro a abril de 2020, o Brasil exportou 13,3 milhões de sacas de café, uma retração de 0,9% nas exportações totais na comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, a receita cambial gerada pelas exportações no período foi de US$ 1,8 bilhão, o que representa um aumento de 3,2%, e o preço médio da saca foi US$ 134,82, alta de 4,2%.
Nos dez meses do Ano-Safra 2019/20, que vai de julho de 2019 a abril de 2020, o Brasil exportou 33,6 milhões de sacas de café, redução de 2,5% na mesma base comparativa com a safra anterior. A receita cambial com as exportações no período foi de US$ 4,3 bilhões, o que representa uma queda de 5,8%, e o preço médio foi US$ 129,13, queda de 3,5%, diante da safra anterior.
O Porto de Santos continua na liderança como via de escoamento do café neste ano, com 82,5% de participação - 11 milhões de sacas embarcadas. Os portos do Rio de Janeiro figuram o segundo lugar, com 11,3% de participação, o equivalente a 1,5 milhão de sacas embarcadas.
Principais destinos do café
Nos primeiros quatro meses de 2020, o principal destino de café brasileiro continua sendo os Estados Unidos, que importaram 2,7 milhões de sacas no período, ou seja, 20,2% de participação no total das exportações. A Alemanha, segundo maior consumidor, importou 2,4 milhões, representando 18,1% de participação nos embarques, e a Itália, terceiro maior consumidor, importou 1,2 milhão de sacas (9,1%).
Na sequência, estão a Bélgica, com 767 mil sacas (5,8%); Japão, com 632,4 mil sacas (4,8%); Rússia, com 426,2 mil sacas (3,2%); Turquia, com 394,1 mil sacas (3%); Espanha, com 327,7 mil sacas (2,5%); Canadá, com 296,5 mil sacas (2,2%); e França, com 281,4 mil sacas (2,1%).
Segundo o Cecafé, a Rússia e a Espanha se destacaram ao apresentar um crescimento significativo na compra de café brasileiro, na comparação com o mesmo período de 2019. Os aumentos foram de 24,7% e 24%, respectivamente.
“Apesar do cenário atual de pandemia, o Brasil registrou o incremento nos embarques para os seus principais mercados compradores, Europa e EUA, que representam juntos 77,5% das exportações e ampliou as suas vendas de café para mais 5 novos destinos (República Democrática do Congo, Macau, Maurício, Ruanda e Uganda)”, divulgou o Cecafé.
Considerando continentes e blocos, o conselho destacou as exportações para os países da África, que tiveram aumento de 40,2% (268,6 mil sacas), América do Norte, 10% (3,2 milhões de sacas), América Central, 21,3% (31,2 mil sacas), países do BRICS, 26,5% (576,6 mil sacas) e Leste Europeu, 21,5% (668,5 mil sacas).
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